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Foto do escritorpor Rica Inocente

2020: o ano que ninguém esperava

Você sabe o que aconteceu, mas precisa rever alguns detalhes

O ano de 2020 foi memorável. Você, em algum momento da sua vida, imaginou viver uma pandemia?


Pois é, acredito que não estava na meta de ninguém se submeter a um vírus pouco conhecido que levou quase ¼ da população do planeta embora. Mas o importante é que esse não foi o único fato marcante, ainda mais se você é brasileiro.


Aqui o buraco é um pouco mais embaixo!


Por isso, para marcar a volta do por Rica Inocente, confira o Resumão de 2020:


O que é o coronavírus?

Como começar a falar de 2020 sem falar do Covid-19?


O querido foi o divisor de águas do último ano e ele mudou totalmente a perspectiva da humanidade em relação ao próximo. Até o fechamento deste texto, a pandemia já tinha atingido a marca de 1.991.997 mortes e mais de 93 milhões de infectados espalhados pelo globo, segundo os dados do portal da Universidade Johns Hopkins.


Para os leigos, o Covid-19 é uma doença causada pelo coronavírus, conhecido como SARS-CoV-2. A doença apresenta sintomas da gripe comum, mas com sinais mais graves, que prejudicam o sistema respiratório, entre outros problemas.

O vírus que surgiu na China, na província de Hubei, e tomou conta do mundo, forçou as pessoas a se isolarem em suas casas a fim de combater o avanço do contágio. Antes da primeira queda nos números , nos comovemos com os números da Itália, os lockdowns extremos, mas aparentemente não aprendemos com os nossos erros.


Meses após o primeiro pico, a Europa sofre as consequências da reabertura prematura e o Brasil vem logo atrás, experimentando os resultados das festas de final do ano.


O Covid-19 é invisível e, apesar de termos nos cansado de esconder ele, ele segue firme e forte na sua capacidade de contaminar as pessoas.


Corrida das vacinas

Mas, se por um lado a pandemia tem sido brutal, por outro tem se mostrado reveladora. Assistimos a uma impressionante corrida através de uma cura para o novo coronavírus e diversos governos, junto universidades e farmacêuticas se uniram para chegar a uma vacina promissora para imunizar a população.


As que tiveram maior sucesso no processo de pesquisas e testes foram as da Pfizer com a BioNtech, a Moderna, do governo norte-americano, a vacina da Universidade Oxford com a empresa AstraZeneca, a querida Coronavac, da chinesa Sinovac com o Instituto Butantan e a Sputnik V, do Instituto Gamaleya.


Todas elas passaram pelos processos de produção da forma mais rápida que uma vacina já passou. Mas isso só foi possível devido à urgência que a população tem para lidar com a demanda.


As vacinas foram produzidas com diferentes tecnologias e cada uma trabalha de uma forma no corpo humano para combater a infeção. Um dos textos do por Rica Inocente abordou o funcionamento das vacinas e também detalhou os processos pelos quais os imunizantes têm passado. Confira aqui!


Até então, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 28 milhões de pessoas já tomaram uma das vacinas aprovadas de forma emergencial em 46 países do mundo. O Brasil não é um deles. Entre os imunizantes que estão sendo utilizados, todos eles já foram mencionados no começo deste tópico.


O primeiro país a imunizar a população foi o Reino Unido e provavelmente o Brasil será o último, porque não temos um único vislumbre de esperança.


Pandemia é brincadeira para o Brasil

Enquanto o mundo inteiro corria atrás de uma solução para a pandemia, o Brasil brincava em serviço. Em menos de um mês o governo teve duas quedas de Ministro da Saúde, no PICO DA PANDEMIA.


A primeira demissão aconteceu em abril, quando Luiz Henrique Mandetta saiu da pasta devido a diferenças ideológicas com Jair Bolsonaro. Dias depois quem assumiu o cargo foi Nelson Teich, que saiu em maio pelo mesmo motivo que Mandetta.


Bolsonaro ocupou o ministério com um militar que nem sabia da existência do SUS, Eduardo Pazuello. Esse, por sua vez, vem fazendo mais zona no Ministério da Saúde do que a zorra que o Jair está fazendo no Brasil.



Start na terceira guerra mundial

2020 dava os seus primeiros sinais de vida, quando, em 02 de janeiro, fomos bombardeados pela notícias de que o principal general iraniano, Qassem Soleimani, foi morto em um ataque ordenado por Donald Trump. A partir daí, não tinha como o ano dar certo.


A justificativa utilizada pelo Pentágono para tentar explicar a operação foi de que o general estava envolvido na morte de americanos no Oriente Médio e o bombardeio foi uma forma de deter “planos de futuros ataques iraniano”.


O major-general, morto em Bagdá, junto com alguns membros da sua comitiva, era a segunda pessoa mais importante do Irã. Ele ganhou fama por trabalhar com operações secretas, administrando ações clandestinas no exterior. Qassem atuava como uma espécie de ministro das Relações Exteriores do país quando o assunto era guerra ou paz.


É claro que a iniciativa dos americanos gerou revolta nos iranianos e o líder supremo deles, o aiatolá Ali Khamenei, reforçou a resistência do país contra a potência e até ameaçou uma vingança, que chegou na forma de ataques a algumas das bases militares americanas, situadas no Iraque, na noite do dia 07 de janeiro.


Daí em diante, a relação dos dois países, que já não era um mar de rosas, acabou se tornando pior e a tensão internacional temeu uma possível terceira guerra mundial.


Mal sabia eles que o tópico anterior foi o destaque da temporada.



Impeachment do Trump

Contudo, 2020 não estava começando muito bem para o então presidente americano. Donald Trump estava enfrentando um processo de impeachment, por acusações de abuso de poder, pois solicitou a investigação da família de Joe Biden ao presidente da Ucrânia, e também por se negar a entregar documentos aos investigadores do inquérito e proibir testemunhas de dar os seus depoimentos.


Mas o processo foi encerrado no dia 05 de fevereiro e isso permitiu que Trump pudesse concorrer às eleições de 2020, que por sorte ele perdeu.


No começo deste ano, para a alegria de todos, a Câmara dos EUA aprovou um segundo processo de impeachment contra Donald Trump. As acusações desta vez dizem respeito à invasão do Capitólio no dia da confirmação da eleição de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos. O processo afirma que o republicano incitou a violência que resultou na invasão da sede do Congresso.


O próximo passo é os votos dos Senadores, é nesta etapa que os sonhos caem por terra, pois nunca um presidente americano teve o seu impeachment aprovado. Mas a esperança é a última que morre e também sempre podemos contar com o fato de que em alguns dias Joe Biden assume a Casa Branca.



De olho em Marte

Enquanto os meros humanos sofriam com a pandemia do novo coronavírus, empresas como a SpaceX e organizações como a Nasa, investiram pesado no lançamento de foguetes para o espaço.


Um dos motivos que levaram a uma nova “corrida espacial” foi a proximidade do planeta Terra com Marte, o que encurta as viagens até o nosso querido vizinho. As equipes que decidiram optar pela aventura espacial, enviaram robôs e até mesmo astronautas à órbita da Terra.


O plano mais ousado tem sido da empresa SpaceX, que quer estabelecer uma base em Marte e, futuramente, expandir seus negócios para o turismo espacial.


Além disso, outras missões, com outros objetivos, se lançaram ao espaço, o que foi o caso dos Emirados Árabes, da China e da NASA. Todas elas buscam estudar segmentos que vão ajudar a humanidade a compreender melhor a vida fora do planeta e aumentar as chances do ser humano chegar em outro planeta.



O descaso com o meio ambiente

Nos dias de maior apreensão devido ao avanço do coronavírus, o brasileiro assistiu o país pegar fogo, literalmente. O ano registrou um recorde em termos de queimadas, com uma destruição de 20% de todo o bioma do Pantanal e com 11.088 km² de área perdida na Amazônia. Os incidentes foram causados por atividades criminosas, o que levou a uma perda incalculável para o meio ambiente.


Os incêndios são “comuns” no meio do ano devido ao período de seca, mas a intensidade da do ano passado foi fruto de queimadas irregulares realizadas por fazendeiros que limpavam o terreno para o início das plantações.


E, como se a situação na nossa natureza já não estivesse ruim o suficiente, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em uma reunião ministerial em abril, afirmou que o governo deveria aproveitar a pandemia para “passar a boiada”, aprovando regras que prejudicariam ainda mais a preservação da nossa fauna e flora.


E esses não foram os únicos prejuízos que enfrentamos. Houve uma paralisação do Fundo Amazônia, projeto que capta doações para a preservação e fiscalização do bioma. Salles queria utilizar os recursos doados para indenizar proprietários de terras, quando na verdade o dinheiro deveria ser investido no combate ao desmatamento e em ações de fiscalização.


Países como a Noruega e a Alemanha interromperam o pagamento ao fundo, colocando em risco as ações desenvolvidas pela organização.


Em agosto, como se a situação já não fosse complicada o suficiente, servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgaram uma carta aberta relatando o colapso pela qual a organização estava passando, o que afetava nas suas responsabilidades com a natureza.


2020 com certeza não foi o melhor ano para o nosso Meio Ambiente.


Fonte: Brasil Escola | G1


Incêndios na Austrália


Mas o Brasil não foi o único que queimou. Um estudo divulgado por universidades australianas no final de 2020 mostrou que os incêndios que atingiram o país no final de 2019 e no começo do ano passado, matou ou desalojou quase 3 bilhões de animais.


Pesquisadores afirmaram que esse foi um dos maiores desastres para a fauna do país. O fogo afetou 143 milhões de mamíferos, 2,46 bilhões de répteis, 180 milhões de pássaros e 51 milhões de batráquios.


Normalmente, os incêndios acontecem no final do inverno do Hemisfério Sul, contudo a intensidade da do ano passado foi a mais alta já registrada, queimando 115 mil km² de florestas e destruindo milhares de casas.


Fonte: G1


Incêndios na Califórnia


O Golden State também sofreu com as queimadas. Apesar dos incêndios acontecerem com frequência na Califórnia, resultado do clima seco, a temporada de 2020 consumiu uma área superior a 1,6 milhões de hectares, mais que toda a região já incendiada nos últimos três anos.


Fonte: Clima Info


Mais de 730 dias sob o comando de Bolsonaro

2020 também marcou os dois anos da árdua caminhada do povo brasileiro sob comando de Jair Bolsonaro. Apesar do fiasco no controle da pandemia, esse não foi o único vexame que tivemos que aturar do digníssimo presidente do Brasil.


Desde 2018 tem sido difícil ignorar a incapacidade de Bolsonaro em comandar um país. Ele mesmo afirmou que não está preparado para o cargo (?!). A declaração mais recente do digníssimo é de que o Brasil está quebrado e ele não sabe o que fazer.

Mas mesmo assim, o impeachment ainda não veio e o povo brasileiro tem que se virar com a incompetência do capitão reformado. Para relembrar alguns dos momentos mais vergonhosos de Jair, o por Rica Inocente separou alguns episódios:


Coletânea de ofensas

Jair é bom em ofender as pessoas e durante a pandemia, ele fez um desfile do seu dom ao ofender países, políticos, brasileiros e jornalistas. Um dos mais repetidos é o seu descaso com o novo coronavírus, que ainda se estende.


Em uma das suas primeiras declarações sobre o Covid-19 e as medidas de isolamento social, ele afirmou que isso não passava de uma "gripezinha" e que os brasileiros não sofreriam com muitas baixas. Hoje já acumulamos mais de 200 mil mortes.


Sem contar a sua campanha contra as vacinas. Em todo o momento que conseguiu, disseminou uma notícia falsa ou atacou pesquisas científicas que comprovavam o perigo da pandemia ou a eficácia das vacinas. Bolsonaro chegou até a comemorar a interrupção dos testes da Coronavac após falecimento de um dos voluntários. A morte não teve nada a ver com a vacina. Mas isso não importou ao presidente, quando foi nas redes sociais e declarou que essa era “mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

Um pouco antes dessa celebração, no discurso do lançamento do programa federal de turismo, o presidente atacou dois coelhos com uma cajadada só, quando falou que o Brasil tem que deixar de ser “um país de maricas”, que agora “tudo é pandemia" e que esse comportamento deveria chegar ao fim.


Me pergunto como colocar um ponto final na pandemia, se o próprio não colabora com a imunização da população. Mas a declaração não termina por aí. Na mesma frase ele já emendou que a sua fala era um “prato cheio para a imprensa”, a “urubuzada” que estava na coletiva.


Ele também foi complacente ao ataque aos jornalistas no Palácio do Planalto no começo do ano por apoiadores. O ocorrido levou diversos veículos a cancelarem a cobertura em Brasília por falta de segurança.

Também nunca foi o maior defensor da liberdade de imprensa. Passa metade da carreira tentando denegrir a imagem dos jornalistas e a outra metade, ataca as grandes emissoras do país. O seu discurso é tão corrosivo, que os seus seguidores começaram a podar os tradicionais jornais do país. Me pergunto por onde esse povo se informa.


Por fim, mas não o último e dentre vários que não foram citados, um que foi bem hilário na verdade, foi quando ele ameaçou uma ofensiva contra os EUA. O BRASIL ameaçou MILITARMENTE o maior poderio militar do planeta. Você tem ideia disso?


As palavras exatas de Bolsonaro foram: “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona”. A declaração veio depois que Joe Biden foi confirmado como o novo presidente dos EUA. Jair acredita que o novo presidente americano tem intenções de roubar “as riquezas do Brasil”, quando na verdade Biden só quer impor barreiras comerciais mais firmes ao país caso as políticas ambientais não sejam reforçadas.


Esse não é o fim, mas até aqui, você já deve ter uma noção do quão vergonhoso é ter essa pessoa como presidente.


Fim da corrupção

Mas o vexame não acaba por aqui. Em outubro de 2020 as investigações em andamento da operação Lava Jato, responsável por desmantelar a maior rede de corrupção do país, chegaram ao fim. Jair não perdeu a oportunidade e correu nas redes sociais para falar que isso era resultado do seu governo sem corrupção.


Apesar de ter sido eleito sob o discurso do fim da corrupção, o seu governo está longe de ser o mais limpo da história.


No último ano pudemos observar as investigações do “Caso das Rachadinhas”, que revelou o envolvimento de Flávio Bolsonaro em um esquema de corrupção quando ainda era deputado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A história fica ainda mais cabulosa, já que reportagens da revista Época apontaram o envolvimento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), nas investigações, com o intuito de livrar o filho do presidente a sair dessa.


E essa não foi a única vez. Os seus filhos são os mais sujos da história. Sérgio Moro, ex-ministro da justiça, acusou Jair de tentar interferir na Polícia Federal quando algumas investigações em andamento começaram a trilhar os passos dos seus filhos.


Bolsonaro também nunca explicou os R$ 89 mil na conta de Michelle, a primeira-dama. E porque um dos amigos íntimos da família, Flávio Queiroz, estava escondido na fazendo de um dos advogados do clã Bolsonaro, depois de ser apontado como participante num casos de corrupção.


É difícil acreditar que a corrupção tenha chegado ao fim!


Hidroxicloroquina para a ema

Para coroar esse pequeno remember de como é ter o Bolsonaro no comando por dois anos, vamos finalizar o tópico com a cena do dia que Jair ofereceu hidroxicloroquina para as emas do Palácio da Alvorada.


Para quem não viveu neste planeta no último ano, Bolsonaro foi infectado pelo Covid-19 em algum momento do seu desrespeito pela pandemia. Durante os dias que foi obrigado a se isolar para tratar a doença, ele foi visto andando nos jardins da casa presidencial, oferecendo o medicamento para as emas que vagavam por ali.


Essa não foi a única cena estrelada por ele em conjunto com as aves. Ele foi atacado por uma delas em um dos seus passeios habituais. Não é preciso dizer que as duas ocasiões resultaram em lindos memes pela internet.


Fonte: UOL | Terra | UOL | UOL | BBC Brasil | UOL


Megaexplosões em meio a pandemia

Um belo dia, durante um dos meses mais complicados da pandemia, em agosto, recebemos a notícia que metade da cidade de Beirute, no Líbano, foi destruída por uma explosão iniciada no porto da cidade.


Horas mais tarde viemos a descobrir que o acidente foi causado devido ao armazenamento incorreto de mais de 2 mil toneladas de nitrato de amônio durante seis anos em uma das docas do porto. A explosão criou uma cratera de 43 metros de profundidade, devastando bairros inteiros e causando a morte de 150 pessoas.


Os vídeos da explosão rodaram o mundo inteiro e a cobertura da mídia abordou todos os aspectos do incidente. As imagens eram chocantes e o estrago foi ainda mais surpreendente.


Além da explosão, Beirute já enfrentava outros problemas naquela época, como impasses políticos e pressão internacional.


Fonte: G1 | G1


EUA sob novo comando

Era dia 07 de novembro quando os episódios do drama da eleição americana chegaram ao fim. Depois de três dias das apurações mais assistidas do planeta, a população norte-americana mostrou a sua decepção com Donald Trump, entregando a presidência a Joe Biden.


Mas como a novela não podia terminar por aí, antes mesmo do resultado final, Trump já estava pedindo a interrupção das contagens em diversos estados que estavam apontando uma vitória do democrata.

Depois que os números confirmaram a vitória, o até então presidente entrou em colapso e começou a recorrer de toda a forma que conseguia. Mas todos os seus pedidos foram negados por diversos juízes e o que andou, na Geórgia, mostrou que Biden realmente tinha levado a Casa Branca. Decepção pouca nunca é demais.


Trump se demonstrou um péssimo perdedor e estamos todos ansiosos para o dia da posse. Queremos saber se Donald vai ou não ceder as chaves da casa a Biden.


Fonte: G1 | CNN Brasil


Black Lives Matter

Além do tato com a pandemia, outro motivo que levou o destronamento de Trump foi seu posicionamento diante do caso George Floyd e o seu desenrolar.


Tudo aconteceu em maio, durante uma revista policial, quando George Floyd, homem negro, foi sufocado até a morte por um policial branco, que ignorou as sua súplicasd de que não conseguia respira. As imagens são sufocantes e revoltantes ao mesmo tempo.


O caso relembrou um outro acidente semelhante, quando Eric Garner, outro homem negro, foi sufocado pela polícia de Nova York em 2014. A vítima também pedia por socorro, falando que não conseguia respirar.


A súplica de Garner foi o que deu voz ao movimento Black Lives Matter e a morte de Floyd gerou uma nova revolta que incendiou a cidade de Minneapolis e logo em seguida, diversas outras cidades norte-americanas. O incêndio foi real. Na manhã seguinte ao atentado contra George, as redes sociais foram invadidas por imagens de prédios públicos pegando fogo depois de uma noite calorosa de protestos.


Depois dos EUA, os protestos invadiram o mundo. Nas semanas seguintes, era possível ver diversas manifestações do Black Lives Matter espalhadas por diversos continentes. Na Europa chegaram até a derrubar estátuas históricas de personalidades envolvidas com escravidão ou casos de preconceito.


Um dos fatores que explicou a revolta foi a impunidade e a negligência, que deixa milhares de negros serem mortos pela polícia anualmente. Poucos dias após a morte de George, Jacob Blake foi baleado pelas costas durante uma abordagem em Wisconsin. O homem sobreviveu, mas está paralisado da cintura para baixo.


As respostas aos atentados foram quase nulas e o presidente Donal Trump ainda teve coragem de culpar os manifestantes pelo caos e não a polícia que matou mais uma pessoa inocente. Os casos só trouxeram luz sobre o racismo estrutural que perpetua na comunidade a séculos.


Depois disso, a pauta do Black Lives Matter se tornou recorrente e até hoje vemos discussões na internet e esse é um dos motivos que levou Joe Biden à Casa Branca. O posicionamento dele diante dos protestos foi mais “brando” do que os de Trump, que usou um discurso de lei e ordem para impor a paz aos estados que aderiram aos protestos.


Fonte: UOL | G1 | O Globo | El País | G1


Brasil e sua cota de racismo estrutural

E não foram apenas os estados americanos que tiveram que protestar por causa do preconceito.


Em plena pandemia, o estado de São Paulo bateu o recorde de mortos pela PM em 2020. Foram 442 vítimas de janeiro a maio do ano passado. O Rio de Janeiro também registrou um aumento de operações policiais nas comunidades. De março a abril, 290 pessoas morreram em operações policiais, mesmo com o isolamento social.


Depois da repercussão do aumento de vítimas durante a pandemia por causa das operações policiais, as ações foram proibidas de acontecer isso levou a uma queda de 70% do número de mortes. Mas isso não quer dizer que a brutalidade chegou ao fim, o ano de 2020 teve as suas vítimas.


Fonte: G1 | El País | UOL


O que será das crianças?

O Brasil registrou um aumento de 7% de pessoas mortas no primeiro semestre de 2020. Sem contar o número de crianças assassinadas nos portões das casas, nos quintais, as que tiveram o seu corpo levado de suas casas e todas aquelas que não tiveram uma única chance de sonhar com o futuro.


De acordo com um levantamento divulgado pela ONG Rio Paz, ao menos uma criança é morta por mês por uma arma de fogo. As de 2020 foram 12, tão redondas quando os zeros do ano.


A ONG listou o nome das crianças que foram ceifadas neste ano e eu deixo aqui os nomes delas como uma homenagem: Anna Carolina de Souza Neves, João Vitor Moreira dos Santos, Luiz Antônio de Souza Ferreira da Silva, Douglas Enzo Maia dos Santos Marinho, João Pedro Matos Pinto, Rayane Lopes, Kauan Vitor, Ítalo Augusto, Maria Alice, Leônidas de Oliveira, Rebecca Beatriz Rodrigues Santos e Emily Victoria da SIlva Moreira Santos.


Fonte: G1 | G1 | Extra


Vitória histórica do Chile

Após anos de lutas e protestos, os chilenos puderam comemorar a sua nova Constituição. O novo documento teve 78% de aprovação dos eleitores e traz um novo conceito ao país, que herdava uma constituição do regime militar.


A nova Assembleia Constituinte será formada em abril deste ano e levará em conta a paridade de gênero, além de que os assentos da casa serão destinados a novos membros eleitos, sendo que estes não vão precisar ter filiação partidária. As mudanças também foram escolhidas pelos eleitores.


Fonte: BBC Brasil


Amapá às cegas

O estado do Amapá passou 10 dias sem energia no mês de novembro. Tudo começou depois que a cidade de Macapá foi atingida por uma tempestade que comprometeu os transformados da principal subestação de fornecimento de luz para o estado. A queda atingiu 89% da população e apenas três cidades do estado não foram afetadas.


Dois dias depois da queda geral, a história começou a piorar, quando os serviços de internet, telefonia, caixas eletrônicos e qualquer outra atividade que precise de energia elétrica parou de funcionar e deixou a população em extremo estado de calamidade.


Não vamos nos esquecer que o Amapá, assim como o restante do Brasil, também estava enfrentando a pandemia.


Depois de quatro dias no escuro, o estado começou a fazer rodízio de energia e, nos dias seguintes, o Ministério de Minas Energia anunciou que iriam aumentar o fornecimento de luz para 80%, contudo os moradores afirmaram que não foi bem assim e a escuridão continuou.


As eleições no estado foram adiadas e apenas no dia 16 de novembro a situação foi estabilizada, quando balsas com geradores chegaram ao Amapá e restabeleceram a energia das cidades.


O fato desse acontecimento é que ele demorou um tempo para ganhar o conhecimento do público. O estado estava morrendo, às cegas e ninguém estava indo atrás de uma solução.


Fonte: G1


Argentinas ganham mais direito sob o seu corpo

Em outra decisão histórica aqui na América Latina, o Senado Argentino aprovou no final de dezembro o projeto de lei que legaliza o aborto no país. A partir de agora, as mulheres podem escolher o que fazer com o próprio corpo e interromperem a gravidez voluntariamente até a 14ª semana de gestação.


O projeto é de autoria do governo do presidente Alberto Fernández e teve 38 votos a favor da legalização, contra 29. Com isso, a Argentina se torna o 67º país a legalizar o procedimento.


Fonte: G1

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