O Brasil nunca deixa a desejar quando o assunto é movimentar o cenário de discussões apagadas
Nas últimas semanas tivemos que assistir mais uma família chorando pela perda de suas filhas, um operação de grande escala para roubar dois brancos em duas cidades do país e contemplar com medo, mas esperança, as medidas do governo federal para aprovar o uso emergencial dos imunizantes desenvolvidos para combater a Covid-19.
Sem mais nem menos, hoje é dia de Resumo da Semana aqui no por Rica Inocente.
Após alguns dias longe do conteúdo por motivos de, “assuntos importantes a serem discutidos aqui no blog”, retomamos o reunião de fatos marcantes para sobreviver a mais uma semana de 2020.
Por isso, continue por aqui até o final e fique por dentro de tudo de mais chocante que aconteceu nos dias que se passaram:
Medidas de última hora
Depois de meses conturbados de lutas e Combate às Vacinas, que você poderá ler mais abaixo, A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quinta-feira, 10 de dezembro, uma resolução que permite o uso emergencial de vacinas contra o Covid-19.
Por enquanto, os imunizantes que poderão ser utilizadas em caráter de urgência só podem ser aqueles que estão na fase 3 de pesquisa e sendo testados no Brasil. Agora vamos retomar ao texto que já estava pronto:
Combate às vacinas
Como no Brasil tudo é ao contrário, invés de combatermos a pandemia, estamos lutando contra as vacinas que estão sendo desenvolvidas para dar um ponto final a pandemia.
Nos últimos dias uma discussão que tomou os noticiários foi a indicação que o nosso queridíssimo presidente da república, Jair Bolsonaro, fez para a diretoria da Anvisa, órgão responsável por analisar e autorizar o uso de vacinas e medicamentos no país.
O tenente-coronel reformado do Exército, Jorge Luiz, Kormann, que não tem nenhuma experiência na área de medicina ou imunização, foi sugerido para atuar em um dos cinco cargos da diretoria. Apesar disso ter acontecido em 12 de novembro, a discussão foi reacendida devido a posição do Brasil na liberação e uso das vacinas contra o Covid -19.
Especialistas acreditam que a decisão de Bolsonaro, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado, vai politizar o órgão numa tentativa de conter as aprovações dos imunizantes no país. Todos já conhecem o ponto de vista do presidente em relação a pandemia e tudo o que ele não fez para conter a “gripezinha” que até então já levou quase 180 mil vidas.
Nos últimos anos o país tem enfrentado uma onda de movimentos anti vacinas, resultando na volta de doenças que já haviam sido erradicadas do território. O controle de Bolsonaro sob a agência só reforçará esse comportamento negacionista da população, de continuar achando que o coronavírus não passa de uma gripe temporária.
O Ministério da Saúde tem sido o órgão mais inútil no combate à pandemia e, pelo visto, Jair quer continuar disseminando essa irresponsabilidade para outras pastas responsáveis pela saúde da população.
Avanço do coronavírus no Brasil
Enquanto o presidente continua com a sua gripezinha, a população brasileira vem sofrendo com a pandemia.
Na última semana foi registrado o primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus. A paciente é uma médica do Rio Grande do Norte, que foi infectada a primeira vez em junho e a última em outubro. Nos dois casos ela fez o exame RT-PCR e deu positivo.
Os testes foram analisados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, referência em investigação laboratorial de casos suspeitos de reinfecção pelo vírus, e foi atestado que as amostras continham a presença de linhagens distintas do SARS-CoV2.
Além deste resultado, outros cincos estão em investigação. Sendo assim, chegamos a uma nova fase da pandemia, que é a reinfecção! Você que já foi contaminado corre risco de ficar doente mais uma vez, com uma das variedades do Covid-19 que corre solta por aí.
Mas isso não é tudo. Além de casos de reinfecção, o novo aumento de contaminação está fazendo com que os hospitais registrem superlotações novamente. Na última semana o presidente da Confederação das Santas Casas da Misericórdia, Hospitais e Entidade Filnatrṕopicas (CMB), afirmou que boa parte das unidades espalhadas pelo país estão com 100% dos leitos de UTI ocupados.
No começo da pandemia, esses hospitais que foram tão necessários para o tratamento de milhares de pacientes, sofreram com a falta de equipamentos para atender os profissionais e contaminados que chegavam aos prontos socorros. E esses centros não são os únicos que sofrem com a volta das internações em massas.
Com a aproximação das festas de final do ano e também o relaxamento das medidas de segurança e distanciamento social, hospitais públicos e particulares estão registrando um aumento da demanda para lidar com novos casos do coronavírus.
Após o 2º turno das eleições municipais, o governador de São Paulo, João Doria, determinou o retorno a fase amarela de diversas cidades do Estado de São Paulo, inclusive Campinas, que vinha registrando movimentações constantes e aglomerações em centros comerciais, bares e restaurantes.
Os dados mais atuais da pandemia mostram que o Brasil registrou 6.783.543 infectados e 179.801 mortes. Com alta nas médias de mortes e casos, estados registram uma periculosidade maior de infecção agora em dezembro do que no pico da pandemia, em julho.
Vacinas
Na última semana o por Rica Inocente trabalhou com o assunto da Vacina, pontuando a você as finalistas a aprovação, como elas atuam no corpo e quais as medidas que podem ser tomadas para serem adquiridas. Você pode ler o texto aqui!
Mas de lá pra cá, tivemos algumas novidades. Depois de tanto falar que não seria possível adquirir vacinas de fácil armazenamento, o governo anunciou a compra de 70 milhões de doses da Vacina da Pfizer/BioNtech. O presidente da farmacêutica no Brasil disse que os produtos podem começar a ser entregues em janeiro, de forma gradativa e que, até março, 2 milhões de pessoas podem ser beneficiadas com o imunizante.
No mesmo dia, 08 de dezembro, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu com governadores de 15 estados para falar sobre a compra de vacinas. Ele quis tranquilizar os políticos lembrando dos acordos que o governo já fez com outros laboratórios para adquirir medicamentos a todos.
Até então, o Brasil fechou acordo com a AstraZeneca para adquirir 100 milhões de doses da vacina de Oxford e também está na aliança internacional da Covax, que vai garantir 42,5 milhões de doses.
Ainda no dia 08, Pazuello anunciou em coletiva de imprensa que o governo vai comprar qualquer vacina aprovada e com registro na Anvisa. A declaração foi feita logo após o governador do estado de São Paulo, Doria, falar sobre o início da vacinação em São Paulo, em 25 de janeiro, com a Coronavac, produzida pelo farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan. O Estado de São Paulo se encontra com uma pequena vantagem em relação ao governo federal.
Na tarde de ontem, 10 de dezembro, Doria afirmou que o Instituto Butantan começou a produção da Coronavac com os insumos que chegaram na última semana. A organização será capaz de produzir cerca de 1 milhão de doses. Além disso, em janeiro está previsto a chegada de mais 46 milhões de doses.
Antes mesmo do anúncio, no dia 09 de dezembro, Pazuello informou que se a Pfizer conseguir uma autorização emergencial para uso pela Anvisa, a vacinação pode começar agora em dezembro. O ministro também espera que a empresa adiante as entregas dos imunizantes, previsto para serem disponibilizados apenas em janeiro.
Por sorte, ou não, a Anvisa agora quer liberar o uso emergencial dos imunizantes.
Diante dessa situação, não sei se é prudente comemorar a compra das vacinas ou chorar devido às disputas políticas que surgiram em torno delas!
Começo da vacinação na Europa
O Reino Unido deu start em uma das campanhas mais esperadas de 2020: a imunização!
Na segunda-feira, 08 de dezembro, o país colocou em prática o maior programa de vacinação da história. Apelidado de “V-Day”, o plano de ação começou com a distribuição dos imunizantes em 70 hospitais do Reino Unido, para que pessoas com mais de 80 anos e parte dos profissionais que atuam na área de saúde e em asilos, possam receber o medicamento.
O ministro da saúde, Matt Hancock afirma que a vacina é uma “luz no fim do túnel” e que o V-day será visto como um “momento-chave em nossa luta contra esta doença terrível”. O governo prevê a imunização de até 20 milhões de pessoas neste primeiro momento, mas o primeiro-ministro, Boris Johnson, recomenda que as pessoas continuem mantendo as medidas de segurança para evitar a disseminação da doença, já que nem todos vão receber as vacinas.
Até o final do ano o Reino Unido espera distribuir 4 milhões de doses da vacina, para garantir uma cobertura maior de imunizados.
Conteudo, o país está tendo que lidar com algumas barreiras para fazer com que o plano dê certo. A primeira é o processo lento da fabricação, que já reduziu a meta de distribuição do Reino Unido de 10 milhões para 4 milhões.
O outro problema tem sido o estoque das vacinas e a logística de acesso, uma vez que os produtos devem ser mantidos a -70ºC e são armazenados em embalagens com 975 doses, que não podem ser divididas em lotes menores. Essa barreiras tornou inviável a vacinação de idosos que moram em asilos, já que eles teriam que se deslocar a outros pontos para adquirir o imunizantes.
O Serviço Nacional de Saúde (NHS), sistema de saúde público do país, está estudando, junto a farmacêutica responsável pela vacina, formas de superar este obstáculo sem que a eficácia da vacina seja afetada, para que os itens cheguem em lotes menores as casas de repouso ou outras localidades de difícil acesso.
A complicação mais recentes, divulgada na quarta-feira, 09 de dezembro, foi de reações alérgicas à vacina da Pfizer. Segundo a Agência Reguladora dos Medicamentos E Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA), os profissionais envolvidos na campanha de vacinação foram aconselhados a evitar a imunização em pessoas com histórico significativo a reações alérgicas.
Os dois casos de reação foram identificados em profissionais do NHS que foram vacinados e desenvolveram sintomas de “reação anafilactóide” logo após receberem a dose. Os dois pacientes possuíam histórico de reações alérgicas, foram tratados e segundo as fontes oficiais, já se recuperaram.
Mesmo assim, o programa foi orientado a questionar os pacientes sobre reações alérgicas antes de tomar a injeção, para evitar novos casos de mal estar. A agência também enfatizou que as vacinas só podem ser aplicadas em instalações que possuam medidas de reanimação que possam lidar com novos incidentes.
Apesar dos contratempos, a solução é a mais esperada pela população global para lidar com a pandemia que tem levado tantas vidas embora.
Por enquanto, as recomendações são para que as pessoas evitem aglomerações, permaneçam em isolamento social, utilizem máscaras se precisarem interagir com outras pessoas e tenham sempre em mãos o alcool em gel para possíveis situações de esterilizações.
Fonte: UOL | G1 | G1 | Agência Brasil | Jornal Nacional | G1 | G1 | BBC Brasil | Isto É Dinheiro
Descaso com a saúde mental no Brasi
E como saúde é uma piada para o governo Bolsonaro, os cuidados mentais estão a beira de um fio.
No domingo, 06 de dezembro, o Ministério da Saúde demonstrou interesse em revogar cerca de cem portarias sobre saúde mental, editadas entre 1991 a 2014, que garantiram mudanças e melhorias para os cuidados psiquiátricos ao longo dos últimos tempos.
A medida é só mais uma forma de tornar o SUS um serviço precário. Entre os programas que correm o risco de acabarem ou de sofrerem alguma barreira estão o programa anual de reestruturação da assistência psiquiátrica hospitalar no SUS, as equipes de Consultório na Rua, o Serviço Residencial Terapêutico, a Comissão de Acompanhamento do Programa de Volta para Casa e a Rede de Atenção Psicossocial, que ajuda pessoas em sofrimento, com transtorno mental ou necessidades decorrentes do uso de substâncias viciosas.
Todos os serviços oferecem tratamento e apoio de forma gratuita a população carente e a todos os outros brasileiros que recorrem ao SUS em tempos de necessidade. A saúde mental ainda é um tabu na sociedade brasileira, mas isso não significa que os programas de ajuda devem ser extinguidos pois ninguém fala sobre depressão ou suicídio.
Diferente disso. Em um dos piores momentos da sociedade, com pessoas trancafiadas, lidando com o medo da pandemia, os casos de ansiedade, depressão ou qualquer tipo de problema relacionado ao psicológico tiveram um salto e é nesse momento que o governo deveria investir mais ainda em soluções de tratamento para cuidar da sua população e não prejudicá-la mais ainda.
Assaltos à La Casa de Papel
Nas últimas duas semanas os moradores de Criciúma, Santa Catarina, e Cametá, no Pará, assistiram de perto a um dos episódios da série de sucesso da Netflix, La Casa de Papel.
Bem coordenados, fortemente armados e de olho em um prêmio milionário, quadrilhas tomaram as cidades durante a noite e orquestraram um dos maiores assaltos já vistos nos últimos anos no país.
Criciúma
Aconteceu do dia 30 de novembro para o dia 1º de dezembro. Cerca de 30 homens coordenados sitiaram a cidade de Santa Catarina, incendiaram caminhões, bloquearam as ruas e usaram reféns para se protegerem de uma possível represália da polícia.
Na ação, os bandidos focaram no cofre da tesouraria regional do Banco Central, localizada no centro da cidade. A operação de 2h resultou num rombo de R$ 80 milhões de reais, entre notas perdidas durante a fuga e já recuperadas pelos investigadores.
As últimas informações divulgadas pela polícia revelam que eles já reaveram R$ 1 milhão e prenderam 12 pessoas suspeitas de atuarem no assalto. A suspeita é de que o roubo esteja vinculado a facções criminosas que já tenham atuado desta forma, uma vez que um dos detidos é suspeito de planejar a fuga do Marcola, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) não está dando muitos detalhes da investigação, pois querem preservar o caso e evitar vazamentos desnecessários.
Cametá
Desta vez, os criminosos agiram do dia 1º de dezembro para o dia 2º, mas não tiveram sucesso no ataque, já que o grupo errou o cofre, segundo o governador do estado do Pará, Helder Barbalho.
A ação começou com um ataque ao quartel da Polícia Militar, impedindo a saída dos policiais, e também usaram reféns para se protegerem enquanto se moviam pela cidade.
Desta vez o grupo foi menor, com a participação de 10 agentes e a meta era uma agência do Banco do Brasil, também no centro da cidade. Nos dois casos, tanto em Criciúma como Cametá, os assaltantes usaram armas de alto calibre e explosivos e não fizeram questão de esconder isso dos curiosos que gravaram a operação e postaram nas redes sociais.
Os dois casos foram bem parecidos e até então as autoridades não têm confirmação de quem arquitetou os assaltos e como eles podem estar relacionados.
Mais crianças mortas pela polícia
O caso se repete mais uma vez. Duas meninas foram mortas na Baixada Fluminense, no dia 04 de dezembro, durante uma troca de tiros. Emily Victória Silva dos Santos e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos eram primas e brincavam na porta de casa quando as balas encontraram seus corpos.
A Polícia Militar afirmou que estava fazendo patrulha na região no momento e que “ouviu disparos de armas” porém, “não foi por parte da polícia”. Nunca são eles. O caso foi passado para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e os policiais envolvidos na ação foram ouvidos e tiveram as armas detidas para análise da balística.
A família culpa a corporação pelo despreparo em lidar com a comunidade e por tirar a vida de mais duas crianças. Segundo a Rio Paz, instituição que acompanha casos como o da Emily e da Rebeca, no ano de 2020 foi uma criança morta por mês!
O governo afirma que não existe racismo no Brasil, a polícia se diz preparada para lidar com as ações nas comunidades e as famílias continuam enterrando seus filhos.
Quando vão parar de matar nossas crianças?
Fonte: Folha de S. Paulo
Uma arma por cidadão
E mais uma vez, Bolsonaro está cumprindo suas promessas de campanhas. Após acabar com a corrupção (leia isso com bastante sarcasmo no coração), Jair está flexibilizando ainda mais o acesso às armas para civis despreparados.
Nesta semana o governo federal zerou a alíquota de importação de revólveres e pistolas, que antes eram de 20% sobre o valor do produto. A medida começa a valer em janeiro de 2021 e vai estimular fanáticos armamentistas sem treino algum a montarem arsenais dentro de casa. Que mal isso pode ter?
Claro que a posse de arma é muito diferente do porte, mas vamos combinar que se o brasileiro não sabe respeitar um isolamento, quem dirá usar uma arma de forma prudente. Isso é, se existe forma prudente de utilizar esse equipamento.
Contudo, Bolsonaro não mentiu quando prometeu que iria facilitar o acesso a armamento pela população e segue firme e forte garantindo a satisfação dos fãs. Mas o porte realmente garante a segurança de alguém?
Fonte: G1
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