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Foto do escritorpor Rica Inocente

Tudo o que precisa saber de 2019 para se situar nos primeiros meses do ano

Último ano não foi fácil para ninguém e 2020 começou mostrando para o que veio

Iniciamos uma nova década e começamos bem. Em pleno dia 03 de janeiro o presidente americano, Donald Trump, autorizou um ataque na cidade de Bagdá, que acabou na morte do principal general iraniano, Qassem Soleimani. O militar era um dos homens mais importantes do Irã e também estava sendo cotado para assumir a presidência do país. Outros militares importantes também foram mortos durante a ação.

Nas redes sociais é possível encontrar diversos memes a respeito da terceira guerra mundial, mas o Irã se pronunciou a respeito do ataque e informou que haveria vingança do ataque “na hora e no lugar certo”. A Casa Branca divulgou um comunicado após o ataque, afirmando que o general Soleimani estava desenvolvendo planos para atacar diplomatas americanos.



E, falando do presidente Trump, em dezembro ele foi acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso. As acusações levaram ao impeachment dele que foi aprovado no dia 18/12 pela Câmara dos Deputados. Apesar de já ter sido confirmado, o presidente continua no cargo enquanto espera o julgamento no Senado que deve ocorrer neste mês.


Entre as acusações julgadas está que Trump tenha usado do seu cargo para pressionar o governo ucraniano a produzir material contra um rival político e também tenha pressionado pessoas ligadas a ele a não prestarem depoimentos na Câmara.

Presidente americano durante discurso em Washington enquanto deputados votavam no seu impeachment (Créditos: AFP/Scott Olson)
Presidente americano durante discurso em Washington enquanto deputados votavam no seu impeachment (Créditos: AFP/Scott Olson)

Fonte: G1 | G1


Mas, voltando para o Brasil, os acontecimentos do último ano não deixaram a desejar. O primeiro ano do Governo Bolsonaro causou mais estrago do que uma criança de 5 anos brincando com tinta.


Governo Bolsonaro

O ano foi conturbado e muitos dos acontecimentos foram citados aqui e aqui. Apesar do presidente Bolsonaro afirmar que o ano terminou sem corrupção as reportagens comprovaram o contrário. Entre as matérias publicadas em dezembro, a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro mostra que Flávio Bolsonaro, filho do digníssimo, lavou até R$2,3 milhões com imóveis e loja de chocolate.

O dinheiro vinha da prática da “rachadinha”, que consistia em coagir servidores a devolver parte do salário para os parlamentares. De acordo com a investigação, o procedimento realizado pela equipe de Flávio, era viabilizar o dinheiro vivo obtido ilegalmente, tornando ele “legal”, para fazer parte do patrimônio do senador.


Afinal, o ano não acabou assim sem corrupção, não é mesmo? O senador usou as redes sociais e também o Youtube, para se manifestar a respeito das acusações. Confira:

Mas, como já é de praxe, o presidente brasileiro não precisa dos filhos para ele mesmo se queimar. De declaração em declaração, ações e ações, o país foi se tornando um caos. Entre as queimas na mata atlântica e as manchas de óleos inexplicáveis que atingiram a costa norte do Brasil, também tivemos o maior aumento do valor do dólar em anos, reajuste do petróleo, tornando o combustível uma fortuna e também o aumento da carne.

O dólar registrou em novembro o valor de R$4,39, batendo a cotação recorde já registrada antes. Durante o mês, a moeda americana teve um aumento de 6,6% em relação ao real e a variação ocorreu em um momento de baixa histórica da taxa básica de juros, a Selic. O ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou em viagem ao EUA durante o mês de dezembro, que seria bom “se acostumar” com o alto valor do dólar e também com os juros baixos.


O ministro ainda declarou, em entrevista, que a alta do dólar não implicaria na economia, que a partir daquele momento o país ira exportar mais e importar menos. Mas, até para aqueles que não compreendem muito de economia sabe que não é assim que funciona a balança comercial. Apesar dela não se equilibrar perfeitamente como seria o ideal para todos os países, ela se abala ainda mais com a valorização e desvalorização das moedas envolvidas nas transações econômicas.


E, não apenas a balança comercial, o dólar também influencia no preço médio do combustível, que no mês de novembro teve um reajuste de 2,8%. A Petrobras define o valor do combustível através da análise da cotação internacional do petróleo e do câmbio, método que está em vigor desde setembro de 2018. O preço cobrado nos postos de gasolina, depende tanto das distribuidoras como dos postos em si, de acordo com a Petrobras, o valor final do produto contém 25% da refinaria, mais os 16% das distribuidoras e dos postos e 59% de impostos.


A desvalorização da moeda brasileira também levou ao aumento do valor da carne no país. Segundo a declaração do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vagas (Ibre/FGV), a inflação das carnes vai pesar na economia das famílias brasileiras até o final de janeiro e começo de fevereiro deste ano.


O aumento do valor do alimento se deu ao fato do Brasil ocupar uma posição privilegiada como fornecedor. Diante das disputas comerciais implicarem com as transações comerciais entre a China e os EUA, o aumento da PSA (Antígeno Prostático Específico), que atingiu o rebanho chinês durante 2019 e obrigou o governo asiático a importar mais e também a seca que prejudicou a produção na Austrália, mais a desvalorização do real, a carne brasileira se tornou mais “competitiva”.


Isso tudo, mais o aumento sazonal da demanda do alimento devido as festas de final do ano, fez com que o quilo do produto atingisse valores inimagináveis. O pedido de começo do ano dos brasileiros é que o valor volte ao aceitável, para não afetar os orçamentos das famílias.



Lula Livre

Em uma reviravolta surpreendente durante o ano, o ex-presidente Lula, preso durante uma das fases da Operação Lava Jato, foi solto após o Supremo Tribunal Federal derrubar a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância. A decisão ocorreu em novembro e levou diversos advogados de condenados da Lava Jato a solicitarem pedidos de liberdade.

Antes de tudo, o que é a segunda instância? O sistema penal brasileiro é baseado no princípio chamado de duplo grau de jurisdição (duas instâncias julgadoras) Para que um réu seja condenado, é preciso que um juiz de primeira instância dê uma sentença e que a decisão seja confirmada por um colegiado, por exemplo, por desembargadores, como é o caso de um tribunal de justiça estadual.


Mas, o que de fato aconteceu? Os ministros do STF decidiram que os condenados não poderiam ser presos para começar a cumprir a pena até o julgamento de todos os recursos possíveis em processos criminais. Eles analisaram que, segundo a Constituição, ninguém poderia ser considerado culpado até o trânsito em julgado (fase em que não cabe mais recurso) e que a execução provisória da pena fere o princípio da presunção de inocência.

Dito isso, chegamos ao dia da soltura do ex-presidente Lula, que aconteceu no dia 08 de dezembro. Isso aconteceu pois ele havia sido preso após o julgamento em segunda instância e ainda haver a possibilidade de novos recursos. Isso não muda o fato que Lula ainda pode voltar a prisão, pois o processo não foi julgado por inteiro e ainda está sendo processado por outros casos.


Mais sobre 2019 no por Rica Inocente


Fogo no parquinho

Como todos sabem, em 2019 o país registrou um dos maiores casos de incêndios na floresta amazônica. As queimadas foram tão grandes que os impactos foram sentidos até no estado de São Paulo e a proporção do fogo ganhou os noticiários internacionais e trouxe à tona uma pauta que a muito tempo estava sendo abafado.

Muitas áreas atingidas pelo fogo são áreas de preservação que abrigam comunidades indígenas e muitos nativos atuam na preservação e proteção dessas terras, para que invasores não as destruam e as desmatem. Entretanto, só em 2019, foram registrados o assassinato de sete líderes indígenas, o maior número já registrado nos últimos 7 anos.


Os ativistas exerciam um papel importante na proteção e preservação das suas terras e alguns foram mortos em conflitos com garimpeiros ilegais ou até mesmo durante invasões. Entre os povos atingidos encontravam-se os waiãpi, apurinã, tukano, guajajara e mura. Os habitantes dessas regiões denunciavam invasões e atividades ilegais em áreas de preservação.

Os casos foram registrados durante todo o ano de 2019 e muitos continuam sem solução. Após os assassinatos mais recentes, em dezembro do ano passado, o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas das Força Nacional à região do Maranhão, onde foram registrados os crimes mais recentes.


Fonte: G1


Sínodo da Amazônia

Papa durante encontro com líder indígena no Vaticano (Créditos: Vatican Media)
Papa durante encontro com líder indígena no Vaticano (Créditos: Vatican Media)

Aproveitando e ensejo, a Amazônia esteve em pauta durante todo o ano. Além dos incêndios e a falta de bom senso do governo brasileiro em dar suporte e socorrer um dos maiores sistemas naturais do planeta, o papa Francisco também estava de olho na situação da região.


O Sínodo da Amazônia, proposto em 2017 pelo próprio papa, abordou temas comuns entre os noves países que participam da área tomada pela floresta. A pauta da reunião foi separada em dois eixos, pastoral católica e ambiental e cada ponto foi decidido a partir de meses de levantamento das questões que incomodavam a população local.


Mas, o que é o Sínodo? Ele foi instituído em 1965 e trata-se de uma reunião episcopal de especialistas, convidado e presidido pelo próprio papa. Entre as pautas estão temas gerais da Igreja Católica, assuntos extraordinários (urgentes) e temas especiais, como foi o caso da Floresta Amazônica.


A reunião deste ano, aconteceu entre os dias 06 e 27 de outubro e foi um dos mais polêmicos já realizados. A reunião discutiu temas como a situação da igreja católica na região da Amazônia, questões ligadas ao meio ambiente e aos povos indígenas, permissão para que homens casados sejam nomeados sacerdotes e passam ministrar uma missa e também para que as mulheres possam comandar cerimônias religiosas. Um outro tema muito polêmico, do ponto de vista dos mais conservadores, foi a integração de crenças e práticas indígenas nos cultos tradicionais.


O debate desses temas pelo sínodo foi para tornar a religião mais acessível aos povos daquela região que são adeptos a crença cristã e também para incorporar os costumes da população da região. Sem contar que, durante todo o ano e também ao longo deste texto, a Floresta Amazônica foi uma das maiores notícias devido às queimadas e a importância da região para o meio ambiente.


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