Nos últimos dias o Brasil entrou em um espiral de autodestruição
Quando se citam autodestruição ou automutilação, muitas vezes estamos nos referindo a lugares ou pessoas, mas neste caso, é um país inteiro. No caso, o Brasil. O país está sofrendo uma série de ataques do governo e de cidadãos que se dizem do bem. São tantas polêmicas e discursos absurdos, que não se sabe o que será dessa terra em quatro anos de governo.
Liberação de agrotóxicos
O Brasil bateu o recorde de liberação de agrotóxicos, totalizando 262 agentes autorizados pelo Ministério da Agricultura, sendo que os últimos 51, foram liberados no último dia 22 de julho. Entre os produtos, sete deles são de fácil acesso, sendo encontrados em lojas de insumos agrícolas. Um desses venenos é conhecido por agir como ativo sulfoxaflor, que controla insetos que atacam plantações, inclusive, esse agrotóxico está relacionado à redução de enxames de abelhas.
Apesar do ministério afirmar que irá controlar o uso desses agentes, o Brasil é o país que mais ingere agrotóxicos do mundo. Esses produtos, além de permanecerem no alimento após a limpeza, ele se infiltra no solo e chega aos lençóis freáticos, poluindo a água que consumimos. Os agrotóxicos estão ligados ao desenvolvimento de câncer em agricultores, sem contar outros problemas de saúde, ligado ao alto consumo de alimentos contaminados por agrotóxicos.
Fonte: G1
Uso dos recursos da Terra
Aproveitando a deixa dos agrotóxicos, no dia 29 de julho a Terra chegou ao seu Dia da Sobrecarga, ou seja, a partir do dia 30 de julho, a humanidade começou a consumir mais recursos do que a Terra pode produzir durante o ano. A cada ano que passa, a data é antecipada, sendo que em 2018, o limite foi alcançado no dia 1ª de agosto.
O Dia da Sobrecarga da Terra é calculado anualmente pelo think tank americano e a data marca o exato momento em que os recursos naturais produzidos pelo planeta não são mais suficientes para suprir o consumo da humanidade e absorver os resíduos produzidos. A Terra chegou a sua sobrecarga pela primeira vez em 1970, no dia 29 de dezembro.
E, essa sobrecarga pode ser percebida ao redor do mundo. O grande desgaste da natureza, faz com que alguns sinais sejam emitidos pelo próprio planeta, como as altas temperaturas em países do hemisfério norte, fortes chuvas, aumento do nível do mar, devido ao descongelamento das geleiras, entre outros problemas que geram grandes desastres naturais.
Fonte: Veja
Declarações polêmicas do Bolsonaro
Como se o governo já não estivesse indo de mal a pior, o presidente do Brasil, a algumas semanas atrás declarou que poderia indicar o próprio filho para ser o embaixador do Estados Unidos. Chocados. Não sei se o termo é familiar a todos, mas Nepotismo é quando favorecemos parentes em cargos que poderiam ser ocupados por pessoas realmente qualificadas, basicamente. E, a coisa piora, quando o atual deputado federal, afirma que é qualificado para assumir tal cargo, uma vez que já fez intercâmbio e fritou hambúrguer (?!), sendo que, o fast food que atuou lá no país, durante o período que permaneceu lá, não tem hambúrguer no cardápio. E isso é só um dos pontos que o desqualificam para o posto, deixando de fora o seu currículo mais do que duvidoso.
Mas, como se a manifestação pública não fosse realmente importante dentro de uma democracia, o nome do deputado foi enviado ao governo americano para ser aprovado e, caso assim seja, assumir um cargo que não lhe pertence. Para viver o sonho americano disponibilizado por seu pai, Eduardo terá que renunciar a sua vaga parlamentar e não poderá se candidatar novamente até 2024, ou até 2028, caso o governo Bolsonaro permaneça até lá.
E ainda não terminou, Jair Messias Bolsonaro, durante uma das suas famosas transmissões ao vivo no Facebook, falou a respeito do fim do curso obrigatório das autoescolas, para tirar a carteira de motorista. A declaração aconteceu na última quinta-feira, 25/07, enquanto ele revelava que aprendeu a dirigir com 10 anos de idade, na fazenda onde cresceu. Segundo o presidente, o curso oferecido pelas autoescolas só iria repetir “um monte de coisas que já sabe o que vai acontecer”, seja lá o que isso signifique. O fim da obrigatoriedade, entretanto, já é um projeto que anda na Câmara dos Deputados.
Além disso, no dia 29 de julho, como uma boa metralhadora de pensamentos desconexos e sem base nenhuma, o presidente insinuou como o pai do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, teria desaparecido durante a Ditadura Militar, após reclamar da posição da organização na investigação contra a facada que levou durante a campanha militar. De acordo com especialistas da área de direito, sua fala pode ser enquadrada na lei de crimes de responsabilidade.
O desaparecido mencionado pelo presidente é Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, que desapareceu em 1974, após ter sido preso por agentes do DOI-Código, órgão conhecido da época da Ditadura Militar por usar tortura como um método de interrogatório e punição, responsável por diversos desaparecimentos e mortes de pessoas que eram contra o governo da época.
E, para finalizar sua agenda de micos da semana, o presidente cancelou uma reunião com o ministro francês, devido a uma questão de agenda, segundo sua assessoria de imprensa, e fez uma live cortando o cabelo. Jair Bolsonaro afirmou que a reunião com o ministro de Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian, por falta de tempo, mas, claramente, encontrou um tempo para gravar o seu novo corte de cabelo.
O assunto a ser abordado no encontro seria sobre o meio ambiente e, durante a manhã do dia 29, antes da reunião, ele afirmou que o ministro teria que entender que o governo do Brasil mudou e que não haveria subserviência do Brasil para países do primeiro mundo e ainda afirmou que as demarcações de terras indígenas inviabilizam os negócios do país. Isso deixa claro o desrespeito desse cidadão pela origem cultural e histórica do próprio país, mesmo sendo extremamente patriótico, e também a falta de senso em negar uma reunião com um político de alto nível de um país, cortando fortes laços com países que realmente são desenvolvidos.
Fonte: El País | Gazeta do Povo | UOL | Folha de S. Paulo | Folha de S. Paulo
Mensagens do The Intercept
Siga as partes para compreender toda a história: The Intercept Brasil
O foco deste intertítulo não é abordar as mensagens divulgadas pelo jornal, mas sim questionar a onda de cegueira que atingiu o país após as divulgações das mensagens de ex-juiz e atual ministro Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol. Após a disseminação da reportagem em partes do The Intercept, que revelaram que boa parte dos desdobramentos da Lava Jata foram atos políticos e não atos com intuito de fazer justiça de forma imparcial, a população Brasileira foi lá xingar o tal hacker, de ter entrado nas contas do Telegram e ninguém, além dos veículos de comunicação, foi verificar o conteúdo das mensagens.
Aparentemente, passaram um belo de um pano por cima do que foi dito e culparam o hacker, e agora também, a Manuela D’Ávila, por ter feito o intermédio entre o suposto invasor e o jornalista Glenn Greenwald, que participou da produção das matérias publicadas no portal. Mas ninguém enxergou o ponto x da questão, que foi as declarações feitas durante as conversas. Enquanto em países como Porto Rico, onde o governador renunciou ao cargo devido ao conteúdo das suas mensagens hackeadas que não agradaram a população, aqui no Brasil, os cidadãos culpam a esquerda, por julgarem o ato como uma afronta ao governo atual e vão atrás de incriminar aqueles que menos possuem culpa no cartório.
Fonte: UOL
Exemplo da polícia alemã
Um tema bem recorrente neste blog é a atuação da polícia na sociedade Brasileira. Na semana passada, um levantamento realizado pela Escola Superior da Polícia de Münster, mostrou que os policiais alemães mataram apenas 11 pessoas e feriram outras 34 durante todo o ano de 2018. De acordo com a mesma pesquisa, os policiais germânicos realizaram menos disparos do que o ano anterior, que foram registrados 75 casos de uso de armas de fogo contra pessoas.
A organização responsável pelos dados afirmou que os casos ocorridos foram durante atos de autodefesa ou de emergência. O que não é muito comum no Brasil, uma vez que um carro de família recebe 80 tiros “de aviso”. No país, só no ano de 2018, foram registradas 6.160 mortes cometidas por policiais na ativa, isso sem contar as mortes de civis por oficiais foram das suas atividades, o que deve aumentar o registro. O levantamento faz parte do Monitor da Violência, que é uma ação do G1, com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Como aqui no Brasil, o civil é praticamente inimigo do sistema, a ordem é atirar e perguntar depois, o que vemos nitidamente no governo atual, que defende o uso de armas, da criminalização das classes mais pobres e age para uma população que não representa metade do país. Segundo o presidente, em declaração a chanceler alemã durante o encontro do G-20 em junho, “Alemanha tem muito a aprender com o Brasil”. Apesar da fala se referir a questões ambientais, ela literalmente não se encaixa em nenhum exemplo que o país passa para o exterior.
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