Enquanto isso, o recém menosprezado, Bolsonaro, sai liberando armas para garantir a segurança das pessoas
Como já é de se imaginar, o Resumo da Semana chegou para comentar algumas das catástrofes dos últimos dias.
Da queda do Bolsonaro à alta dos casos de coronavírus, o país está ficando sem vacinas para dar andamento na imunização, enquanto Jair sai distribuindo armas para toda a população. Sem contar que estamos vendendo o carro para pagar a gasolina, enquanto recuamos para as fases mais restritas de isolamento social.
Tudo isso e mais um pouco você pode ler no resumo dessa semana:
Queda livre
Os dias de adoração a Bolsonaro estão chegando ao fim.
Um levantamento divulgado no dia 22 de março, começo dessa semana, mostrou que o descontentamento com o governo subiu oito pontos percentuais nos últimos quatro meses, atingindo a marca de 35,5%.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto MDA, a pedido da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O estudo não é apenas sobre o seu governo, mas também sobre a pessoa de Bolsonaro.
Os números mostram que a reprovação dele foi de 43,2%, em outubro de 2020, para 51,4%, em fevereiro deste ano. Os principais motivos dessa queda se dão pelo enfrentamento do político à pandemia do novo coronavírus e ao fim do auxílio emergencial, combinado com a crise na qual o país se encontra.
Mais cedo neste mês um outro levantamento foi realizado pelo XP/Ipespe. Divulgado no dia 08 de fevereiro, a pesquisa mostrava que o percentual de brasileiros que consideravam o governo do atual presidente ruim ou péssimo estava em 42%.
Os próprios Bolsominions estão desistindo da missão, a vergonha alheia é real!
Mais armas ao povo
E no meio da queda livre, Bolsonaro decidiu entregar mais armas ao povo. Isso, não vacinas, mas sim armas, pois é totalmente viável atirar no vírus do Covid-19.
O presidente acredita que a população esteja mais segura portando armas do que se vacinando contra o vírus. Não sei se ele vê notícias, mas o Brasil já passou das 250 mil mortes e continuamos a normalizar a situação.
O ato de rebeldia aconteceu na noite do dia 12 de fevereiro, quando Jair anunciou quatro decretos presidenciais, elevando a quantidade de armas que uma pessoa pode comprar. Cidadãos comuns passam de quatro para seis, atiradores podem chegar até 60 e caçadores até 30. Só é necessária a autorização do exército caso os portadores pretendam ter mais armas do que é permitido (?!?).
E aí, o que acha de um tiro ao alvo?
Dinastia Bolsonaro em risco
Contudo, não é só o Bolso Pai que anda se manchado com o pessoal. Na última semana, Flávio Bolsonaro voltou à boca do povo, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu voltar atrás com a quebra de sigilo bancário e fiscal do atual senador.
Os dados foram abertos quando o Ministério Público do Rio pediu à Justiça para ter acesso aos dados bancários do filho de Jair, durante a investigação de movimentações financeiras suspeitas quando Bolso Filho era deputado estadual no Rio.
Os juízes do STJ acharam que a decisão do juiz que acatou com a quebra de sigilo era muito “genérica” e não “foi devidamente fundamentada, como prevê a lei”.
A investigação das Rachadinhas anda patinando desde que começou. Diversas reportagens já mostraram o envolvimento de órgãos ligados ao presidente no percurso da inquirição e até hoje a única coisa que tivemos foi a prisão de Fabrício Queiroz, nosso laranja favorito.
Fontes: CNN Brasil | UOL | BBC Brasil | Agência Brasil | G1
Pela bagatela de R$ 5 reais …
… é possível colocar 1l de gasolina no seu carro. E nem isso talvez!
Para aqueles que estavam acostumados com os baixos preços do combustível durante os meses mais ferrenhos da pandemia, essa comodidade chegou ao fim, oficialmente. Na semana passada o preço nas refinarias do litro da gasolina teve uma alta de 34,78%, sendo o 4º reajuste deste mês.
O que influencia nessa sequência de aumentos são os impostos, combinado com o lucro de distribuição. No final das contas o consumidor final (nós) quase que tem que vender o próprio carro para poder pagar por um dia de transporte.
Além dos impostos, o que influencia também é o valor internacional do petróleo, a alta das commodities e a cotação do dólar, que anda em alta a muito tempo. A pandemia do novo coronavírus foi um fator decisivo, a restrição da circulação fez com que o consumo caísse, mas a volta abrupta da movimentação fez com que o produto se ajustasse a oferta e demanda.
Questionado sobre a alta, Jair Bolsonaro afirmou que isso não tinha nada a ver com ele e seu governo, mas que ele ia dar um jeito nisso. E foi aí que a história melhorou ...
Indo de mal a pior
Depois de ter sido cobrado pela alta do combustível, Bolsonaro anunciou no dia 19 de fevereiro que o comandante da estatal, Roberto Castello Branco seria substituído pelo general Joaquim Silva e Luna.
A primeira surpresa foi a indicação de Jair. Silva e Luna é o primeiro militar a assumir a Petrobrás desde 1989. Ela já está à frente de outra estatal brasileira, a hidrelétrica de Itaipu, desde janeiro de 2019.
Mas esse não foi o único caos. Depois do anúncio, os membros do Conselho de Administração pensaram em renunciar os seus cargos, as ações da Petrobras registraram uma forte queda na bolsa de Nova York, a B3, bolsa de valores brasileira, fechou em queda e a XP Investimentos parou de recomendar o investimento a seus associados.
Mas nada disso muda o fato de que se a gente tiver que abastecer o carro, terá que vender um rim!
Variando os investimentos
Mas se por um lado as ações da Petrobrás estão em queda, o investimento em commodities pode ser uma solução para os investidores brasileiros. Os internacionais também.
Uma projeção realizada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), divulgado pela Folha de São Paulo, no dia 22 de fevereiro, mostra que o Brasil deve ser o grande fornecedor da produção agropecuária nos próximos dez anos.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) já havia mencionado essa possibilidade a algum tempo atrás. O país passou de um dos importadores a um dos principais fornecedores de comida do mundo. Um dos diferenciais, e o que mais influencia nesse fator, é que o Brasil consegue produzir até três safras anualmente, devido ao clima favorável.
Por ter noção disso, o produtor brasileiro tem investido cada vez mais nesse segmento, adaptando-se às tecnologias do mercado e principalmente as exigências do consumidor moderno, que a cada dia que se passa, diminui o consumo de carnes e opta por uma alimentação mais saudável.
Fonte: FolhaMercado - Folha de São Paulo, 22 de fevereiro.
Colapso campineiro de Covid-19
Na quinta-feira, 25 de fevereiro, a cidade de Campinas/SP, registrou mais 21 mortes causadas pelo novo coronavírus. Com isso, o município chegou a 1.857 mortes no total e mais de 69 mil confirmados.
O perfil do Instagram da Prefeitura Municipal de Campinas também mostrou a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19. Na quinta-feira, 25 de fevereiro, a cidade tinha 97,46% do SUS Municipal sitiado e 84,75% do espaço Público-Privado ocupado.
No começo da semana, a metrópole achou melhor aumentar a restrição na região. Antes disso, a cidade chegou à lotação máxima nos leitos da rede pública, o que motivou as autoridades a declararem, no dia 23 de fevereiro, que Campinas iniciaria uma fase vermelha municipal.
A restrição vai ficar até o dia 1º de março e acontece das 21h às 5h, quando apenas os serviços essenciais são autorizados a funcionar. A medida foi adotada como forma de aliviar a pressão na rede de saúde, por causa do aumento de casos.
Estado de São Paulo não fica muito atrás
Depois de uma semana complicada, com os hospitais de São Paulo atingindo o maior número de internações na UTI desde o começo da pandemia, o governador João Doria anunciou, na quarta-feira, 24 de fevereiro, que todo o estado terá medidas mais restritivas de circulação.
A partir de hoje haverá toques de restrição de circulação das 23h às 5h, com aumento da fiscalização para conter a movimentação das pessoas e impedir aglomerações. Os serviços essenciais vão continuar operando normalmente e a medida tem como intuito barrar o avanço da pandemia no estado.
O Brasil no mapa do Covid
O país já passa das 250 mil mortes, com 251.611 óbitos e 10.393.886 casos. O portal G1 fez um mapa com os casos nacionais, mostrando as variações e as médias móveis, explicando como é feito esse cálculo.
Você pode saber mais sobre isso aqui: “Mortes e casos de coronavírus nos estados”
Mais tipos de coronavírus
Mas como se não bastasse, o Brasil já identificou novas variantes em exames de 204 pacientes atestados nas últimas semanas.
O Ministério da Saúde informou que são 20 pessoas com a modificação do Reino Unido - B.1.1.7 - e 184 casos com a cepa de Amazonas - P.1. Os dados foram levantados pela Secretaria de Vigilância em Saúde e a última notificação foi realizada no dia 20 de fevereiro.
Há ainda uma terceira variante, identificada em pacientes da África do Sul - 501Y.V2 -, mas não há registros dela aqui no Brasil.
As variantes são mais fortes, mais contagiosas e colocam em risco a efetividade das vacinas desenvolvidas para combater a pandemia.
Fonte: G1 | G1 | A Cidade On Campinas | A Cidade On Campinas | G1 | G1
Status da vacinação:
Em risco!
Nas últimas semanas, diversos municípios vêm alertando sobre o fim do do estoque de vacinas do Covid-19. Com isso, a interrupção da campanha já pode ser avistada, colocando em risco o avanço da imunização da população.
Até a terça-feira desta semana, 23 de fevereiro, a vacinação já tinha atingido 6.087.811 pessoas com a primeira dose, representando cerca de 2,87% da população brasileira. A segunda vacina já foi injetada em 1.429.618. Ao todo, 7.517.429 indivíduos já foram beneficiados.
Os dados fazem parte de um levantamento realizado pelo consórcio de veículos de imprensa, formado pelo G1, O Globo, Extra, O Estadão de S. Paulo, Folha de S. Paulo e UOL.
A primeira e única
Nesta semana, no dia 23, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), concedeu o registro sanitário definitivo da vacina da Pfizer/BioNTech. Com essa autorização, a vacina poderá ser aplicada em todos com 16 anos ou mais, fora dos grupos prioritários.
O registro foi aceito após 17 dias da solicitação da farmacêutica e a partir de agora ela pode ser comercializada com hospitais e clínicas dos setores privados. O que vai contra as políticas estabelecidas pela Pfizer neste primeiro momento.
Entretanto, o Brasil não tem doses disponíveis e nem em negociação, apesar da farmacêutica já ter deixado claro que vai dar preferência ao governo, driblando as aquisições de órgãos privados.
As vacinas que estão sendo utilizadas no momento são a da Oxford e a CoronaVac, mas a Anvisa ainda não concedeu o registro para elas, que estão sendo aplicadas com autorização do uso emergencial.
O país não soube reconhecer a vantagem de utilizar dois imunizantes que estão sendo fabricados em território nacional e que condizem com a realidade do Brasil. Como já foi comentado no blog diversas vezes, a Pfizer oferece algumas barreiras que a torna menos atrativa para a imunização em massa.
Fonte: BBC Brasil | G1 | G1 | G1
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