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Foto do escritorpor Rica Inocente

Boiada: da CPI reveladora a tiroteios massacrantes, Brasil acumula mortes de todos os lados

Depois das revelações de que o país já podia estar imunizando a essa altura do campeonato, o brasileiro não consegue mais processar mais nenhuma informação


Você já deve ter percebido que o Resumo da Semana se tornou um “Resumo do mês”. Mas resumo é resumo - repetição está boa - e merecemos um levantamento do que vem acontecendo por aqui, e no mundo, afinal é muita coisa e às vezes fica difícil processar cada informação.


Por isso o por Rica Inocente está aqui para te ajudar nesse caminho, te contando tudo de mais relevante que aconteceu no último mês. Vem ver:


Massacre Jacarezinho

O que precisamos entender nesse tópico é quando o estado do Rio de Janeiro voltou a permitir ações policiais nas comunidades. Porque até onde se sabe, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, havia concedido uma liminar em junho de 2020 impedindo operações policiais nos bairros carentes do Rio.


Contudo isso não impediu que 200 agentes da Polícia Civil invadissem o Jacarezinho, no dia 06 de maio, prendendo 23 armas, 12 granadas e MATANDO 28 pessoas. A justificativa: segundo a corporação, eles receberam denúncias de que traficantes estariam aliciando crianças e adolescentes da comunidade.

MAS um relatório sigiloso obtido pelo O Globo e o Extra afirma que a operação era em razão das “barricadas e das táticas de guerrilha realizadas pelos marginais”. Segundo esse relatório, o bairro abrigava uma grande quantidade de armas que poderiam ser utilizadas em ataques a comunidades rivais e investidas contra a polícia.

Enfim, isso resultou na operação mais letal já vivenciada pela população do Rio, tirando 28 vidas e deixando vários feridos. Segundo a corporação, todos os que morreram eram suspeitos de envolvimento com o tráfico, porém os relatos e vídeos dos moradores contam outras histórias. Até mesmo quem foi preso afirma que os policiais executaram pessoas nas ruas. O próprio Ministério Público do Rio (MPRJ) ouviu testemunhas que afirmavam que os alvos da operação foram abordados em casa e que muitos deles chegaram ao depoimento com marcas físicas de violência.

O ministro Edson Fachin votou a favor de apurar um suposto descumprimento das restrições e o MPRJ afirmou que iria investigar se houve abuso na operação (?!?). Não sei quanto sangue precisa estar escorrendo pelas ruas para determinar que HOUVE abuso. Contudo, a polícia entrou com um pedido de sigilo das informações sobre as operações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, inclusive a do Jacarezinho, solicitando que os dados fiquem restritos por até 5 anos.


Se a ação foi tão correta assim, porque a censura dos documentos oficiais?


Aconselho a leitura: BBC Brasil



CPI Covid


Depois do massacre, o tema mais acompanhado pelo Brasil têm sido os depoimentos da CPI da Covid. A Comissão Parlamentar de Inquérito instalada pelo Senado, para averiguar o desempenho do governo durante a pandemia do novo coronavírus, tem dado o que falar. De pênis “decorativos” na porta do FioCruz à recusas as ofertas da Pfizer, o ditado “rir para não chorar” ficou mais claro do que nunca.


Hoje não houve sessão, eles retornam na terça-feira, com a médica Nise Yamaguchi, mas até agora já foram ouvidas dez testemunhas e todas elas só deixaram mais claro o caos instalado no governo negacionista. Entre os personagens da pandemia que foram interrogados pelos senadores, ouvimos o ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello. O atual, Marcelo Queiroga já foi ouvido, mas deverá voltar à sessão. Assim como Pazuello.


Além deles, o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.


Mas o que aprendemos até agora:

  • Mandetta afirmou que Bolsonaro possuía uma equipe a parte de aconselhamento sobre o que deveria ser feito sobre a pandemia. As decisões envolvendo a produção em massa da cloroquina e as medidas de restrições vinham desses “conselheiros”, que muitas vezes envolviam empresários próximos a Jair, os filhos do presidente e outras pessoas que não sabiam muito bem o que estavam fazendo ali …

  • Pazuello achava que mandava em alguma coisa, mas foi constatado que ele era um pau mandado de Bolsonaro, só aceitava e assinava. Sem contar que ele conseguiu se contradizer em praticamente todo o depoimento. Ele vai voltar a CPI para poder esclarecer isso;


  • A Pfizer foi negada inúmeras vezes pelo governo federal, mas isso vamos falar num tópico à parte;

  • Mayara Pinheiro teve um áudio exposto durante o interrogatório, onde afirmou que o Fiocruz possuía um "símbolo fálico" estampado em seu logo e as salas da fundação estavam inundadas de cartazes de “Lula Livre” (risos). Ela afirmou aos senadores que isso era um fato;


  • A mesma ainda disse que a culpa da crise de Manaus foi do estado do Amazonas, que eles não noticiaram o governo sobre a escalada da pandemia, sendo que os documentos oficiais mostram que eles já tinha pedido socorro a muito tempo;

  • No dia 27, ontem, tivemos o depoimento do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, que disse que a primeira oferta realizada para o Brasil, para compra da CoronaVac, foi em julho de 2020, quando o instituto oferecia 60 milhões de doses ainda naquele ano. Inclusive, se o governo federal tivesse aceito a proposta, o Brasil seria o primeiro país do mundo a começar a imunização contra a pandemia (choro);


Enfim, o caos! Para acompanhar esse rolê em tempo real, o G1 está veiculando a CPI, com direitos a atualizações de comentários relevantes: assista!


Nem o crush nos ignora tanto como o Brasil rejeitou a Pfizer ...

No começo do mês o foco da CPI era o atraso da vacinação no Brasil e quem seriam os verdadeiros culpados. Para isso, os senadores entrevistaram o representante da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, e ele afirmou que o governo rejeitou três ofertas de 70 milhões de doses de vacina desenvolvida em parceria com a BioNTech. Os primeiros imunizantes teriam sido entregues em dezembro (chorando).


Segundo Carlos, a primeira oferta da farmacêutica para o Brasil foi em agosto de 2020, mas adivinha, ninguém retornou. O Governo Federal só negociou com a empresa em março deste ano, para entregarem doses até o final do terceiro trimestre. A Pfizer ainda tentou outras vezes:


  1. 14 de agosto - 70 milhões de doses;

  2. 18 a 26 de agosto - mais duas ofertas, ambas de 70 milhões de imunizantes


Na última proposta, no dia 26, eles se dispuseram a entregar parte das vacinas ainda em 2020, mais 3 milhões até o primeiro trimestre deste ano e o restante ao longo de 2021.

Sem contar que, além das recusas, Bolsonaro saiu ofendendo o governo chines e o país restringiu a quantidade de insumos que enviavam ao Instituto Butantan, que produz a CoronaVac, e ao FioCruz, responsável pela Oxford/AstraZeneca. As produções foram retomadas durante essa semana.



E a pandemia?

Bem, é aqui que choramos mais um pouco, porque até então, já temos confirmação de novas variantes em circulação no país - uma identificada em Mococa, interior de São Paulo, e outra da variante indiana-, os hospitais voltaram a atingir 80% da capacidade nas UTIs de Covid, a taxa de isolamento está lá pra baixo e especialistas estão prevendo uma 3ª onda da pandemia no país (rindo de desespero)!

Mas vamos lá:



Para quem não está entendendo nada sobre linhagens e variantes, aconselho assistir essa Conversa da Semana aqui!




  • no dia 27 de maio foram registrados 2.130 novas mortes, acumulando 456.753 óbitos;

  • e 65.672 novos casos, somando 16.341.112 casos do novo coronavírus já registrados no país;



Ninguém aguenta mais

E sim, estamos falando do querido Jair Bolsonaro!


Nesta semana uma pesquisa do PoderData mostrou que a reprovação ao presidente chegou aos 59%, com levantamento de 5% em relação à última pesquisa. Os dados foram captados entre os dias 10 a 13 de maio.

E isso não é tudo, a desaprovação de Jair levou Lula aos braços dos eleitores em 2022. Pesquisa do Datafolha - assim como de outras agências de dados - desta semana mostrou que Lula levaria a preferência dos votos em TODAS as regiões do país. Na terça-feira, em conversa com apoiadores, Bolsonaro já se exaltou com comentários sobre a disputa e afirmou que “ Para quem não está contente comigo, tem Lula em 22”. No fundo ele está sentindo que a derrota chegou!


Mas antes de cair, ele vai levar alguns embora com ele, como seus apoiadores, que estão se reunindo com o querido em aglomerações pelo país. No último domingo, uma multidão de motociclistas de várias partes do país se reuniram com o presidente, assim como civis irracionais, no Rio de Janeiro em uma passeata a favor do governo.

Além da aglomeração em si, ninguém usava máscaras, hostilizaram uma equipe da CNN Brasil e Bolsonaro ainda circulou nas motos dos apoiadores. Mas não para por aí, a “agenda” prevê mais uma aglomeração no sábado, dia 29, em diversas capitais e municípios do Brasil.


Orçamento secreto

Outra coisa que Jair também vai levar embora é o final da corrupção no seu governo. Uma reportagem do O Estado de S. Paulo revelou que o governo federal montou um “orçamento secreto” de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares para garantir uma base aliada no Congresso.


Na Conversa da Semana do dia 14 de maio falamos sobre a falta de dinheiro para o orçamento oficial de 2021 e como isso vai afetar o Brasil. Mas o caso é que o país não está pobre, só está muito necessitado de tratores (?!?). Cerca de R$ 271 milhões dessa “grana extra” foram destinados para compra de tratores, retroescavadeiras e equipamentos agrícolas.

Políticos de oposição, Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU) pediram no dia 11 de maio uma investigação das suspeitas desse “Orçamento Secreto”. Mas aqui vai a dúvida: a corrupção não tinha acabado?



Israel x Palestina

Maio também foi marcado pela retomada da tensão entre Israel e Palestina. As redes sociais foram inundadas por imagens do “Iron Dome”, sistema anti mísseis israelenses para interceptar mísseis, rasgando os céus do país.


Tudo começou no dia 10, após dias de trocas de farpas e provocações entre os dois grupos, uma operação policial israelense atacou mais de 300 muçulmanos no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, um dos locais sagrados do Islã em Jerusalém.


Mas esse quebra pau se remonta a muitos anos e não é só uma briguinha territorial, tem muita coisa envolvida, principalmente questões religiosas. E nesse bate boca, muita gente acaba morrendo, principalmente crianças e civis que não tinham nada a ver com a disputa. Aqui tem dois links que podem te ajudar a entender um pouco mais dessa “guerra”: SuperInteressante e BBC Brasil.

Fonte: CNN Brasil | G1 | G1


O fim das federais

Se o seu sonho é se matar de estudar para conseguir uma vaga numa univerisdade federal, conceituada, polo de pesquisas cientísticas e que ajudam no desenvolvimento do país, o seu sonho chegou ao fim, pois se o governo federal continuar comprando trator da mesma forma que toma leite condensado, muitas instituições vão ser obrigadas a fechar as portas até o final do ano.


E isso não é o por RIca Inocente que está falando não, são os fatos. O orçamento deste ano é 37% menor para as despesas discriminatórias - contas como investimentos, aǵua, luz, segurança, bolsas de estudos e programas de auxílios - , em comparação as verbas de 2010.

Diante do cenário, as federais, que já não nadavam em mares de rosas a muito tempo, começaram a repensar o seu funcionamento. Em entrevista ao G1, o vice-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Rocha, afirmou que não será possível chegar ao final do ano com o dinheiro disponibilizado, talvez até junho. A Universidade de Brasília (UnB) também não está muito diferente, e afirmou que só possui recursos para as despesas obrigatórias, nada mais.


Além de outras instituições que estão segurando as contas desde 2006, 2010, suspendendo pesquisas científicas, bolsas de estudos e diversos outros gastos devido a falta do dinheiro.


O que mais dói são os alunos dessas universidades. Imagina estudar anos para estar ali e do nada a sua faculdade ter que fechar as portas? Choro e desespero!

Fonte: G1


Boiada correndo solta

Lembra da história de aproveitar a alta da pandemia para deixar a boiada passar sobre o meio ambiente do Brasil? Então, ela está acontecendo. Um ano depois da fala do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles? Um ano depois, mas está acontecendo.


No dia 13 de maio foi aprovada uma nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental pela Câmara de Deputados. As mudanças abrem diversas brechas que podem acabar com zonas de proteção e até mesmo com áreas verdes que ainda restam no país. Detalhe: a maior parte dos políticos que votaram a favor da mudança é da bancada ruralista, amigos próximos de Salles.

INCLUSIVE, Salles está sendo investigado por suspeitas de exportação de madeira ilegal, ele teria faciliado o processo de envio da matéria-prima para outros países, autorizando a suspensão da documentação necessaria para vender madeiras.


E essa história fica ainda melhor, porque a Polícia Federal ordenou mandados de busca e apreensão em Brasília, no dia 19, um para Salles inclusive, e ele não curtiu muito, pois chegou ao prédio da PF com um assessor armado, cobrando informações sobre o inquérito e querendo falar com o responsável pela operação. Um verdadeiro bafão!


Mas isso não pode mascarar o fato de que o desmatamento na Amazônia bateu um em começo de maio. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mês de abril registrou a perda de 581km² de território, sendo o segundo mês mais destrutivo dos históricos mensais.


Então fica a pergunta: quem está, de fato, protegendo a floresta?


Fonte: G1 | G1 | Valor Econômico


Terras Yanomami


E o mesmo descaso com que tratam a floresta amazônica, também tratam os povos que vivem nessas regiões. Na última semana algumas fotos de crianças indígenas yanomamis apareceram na internet, o problema: a desnutrição. Mas esse não é o único problema, eles estão sendo dizimados.


Além das crianças desnutridas, que é um problema recorrente, suas terras tem sido invadida por garimpeiros, que contaminam os rios, matam animais e os próprios indígenas, as políticas públicas não chegam até as aldeias, o que impacta na nutrição e também no impedimento dos garimpos e por último, o Covid, que é altamente transmissível, já que eles são mais vulneráveis a contaminação.

Fonte: G1

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