Resumo da semana reúne alguns dos fatos mais relevantes que ocorreram nos últimos dias
A pergunta que todos querem ver respondida essa semana é por que Michelle, a primeira-dama, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?
Apesar do digníssimo não ter respondido o questionamento, Jair Bolsonaro teve um bom desempenho ofendendo e ameaçando jornalistas quando colocado em situações “comprometedoras”.
E enquanto Jair não explica isso, vamos conferir alguns acontecimentos dos últimos dias:
Corte no orçamento do MEC
A pouco tempo conversamos aqui no blog sobre o Fundeb e a importância de investimentos no ensino público do país. Distante disso, o governo pretende cortar da área de educação no próximo ano o valor de R$ 4,2 bilhões, enquanto o Ministério de Defesa terá a sua disposição R$ 5,8 bilhões de investimento a mais do que este ano.
O anúncio realizado na última semana veio acompanhado das pesquisas do Instituto Unibanco e Todos Pela Educação, que apontam que além do corte realizado pelo governo, o ensino terá que lidar com a queda da arrecadação dos impostos, cuja parcela é destinada às escolas públicas. As organizações preveem uma redução de R$ 59 bilhões a menos de contribuição para a educação provenientes deste fundo.
O Brasil, um país sem conflitos externos ou ameaça direta a sua segurança, não pode explicar um aumento significativo de investimento na pasta. Por outro lado, vemos a situação precária das escolas públicas, que lidam com falta de materiais, de professores, estrutura insuficiente e que no próximo ano vão contar com o desafio da higiene, devido a pandemia do novo coronavírus.
O valor que poderá ser cortado da pasta diminuirá ainda mais a qualidade do ensino das crianças brasileiras, que irá sentir o impacto dessa negligência nos próximos anos, pois a educação é um investimento a longo prazo. Sem contar a disparidade em relação aos alunos do ensino particular. A competição não é justa.
Tendo em vista o corte idealizado, o portal G1 levantou “o que poderia ser feito com os bilhões que devem sair da educação”. O veículos reuniu todos os programas que são patrocinados com a verba pública para educação e quais as melhorias que eles teriam caso o valor não fosse retirado da pasta ou o MEC tivesse acesso ao mesmo investimento que vai para o departamento de Defesa. Acesse o link acima e confira.
Fonte: G1
Bolsonaro ameaça jornalista
E como educação não é o forte deste governo, Bolsonaro atacou verbalmente um jornalista no último domingo, 23 de agosto. O excelentíssimo presidente do país ficou “contrariado” com uma questão feita por um dos repórteres sobre os cheques que a primeira-dama recebeu de Queiroz. Jair soltou um belo “vontade de encher a sua boca com porrada”.
Mas essa não é a primeira vez que ele se demonstrou hostil ao trabalho da imprensa. No começo da semana ele afirmou que os jornalistas são “bundões” e que não teriam chances caso fossem contaminados pelo novo coronavírus. Os seus ataques a mídia são sempre intensos e agressivos, demonstrando o quanto ele despreza o trabalho da comunicação no seu governo.
A situação ficou tão grave neste ano, que em maio, diversos veículos de comunicação anunciaram uma pausa na cobertura presencial do planalto devido a falta de segurança. Os profissionais registraram diversos casos de agressão vindas dos apoiadores de Bolsonaro.
Jair, mais uma vez, mostra como não é a pessoa indicada para exercer a função na qual está. Pelo que ainda se sabe, o Brasil tem liberdade de imprensa e os veículos tem direito de perguntar, assim como a população tem o direito de saber. Quando questionado sobre assuntos “delicados”, o presidente dá um baile de ignorância e falta de respeito, regado a fake news para contradizer a história.
Mas não esquecemos, “presidente, por que a sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”
Aumento da popularidade
Mas apesar de todo o seu desafeto, Bolsonaro teve um bom desempenho junto a população no último levantamento realizado pelo Datafolha. A percepção que seu governo está ótimo/bom subiu para 37% e de que ele é ruim/péssimo caiu para 34%. As informações foram obtidas entre os dias 11 e 12 de agosto e divulgadas no dia 13.
No último levantamento, realizado em junho, 44% da população se demonstrava insatisfeita (ruim/péssimo) com o governo e apenas 32% considerava a gestão ótima/boa.
De acordo com o diretor geral do Datafolha, Mauro Paulino, o auxílio emergencial teve um impacto relevante na aprovação de Jair. A aprovação do benefício e a crise que a pandemia trouxe ao país, tornou a população de baixa renda quase que totalmente dependente do auxílio, colocando-os a favor do governo em atividade.
E Bolsonaro quer aproveitar dessa base de eleitores para garantir os votos para 2022. Diante do projeto apresentado para o Renda Brasil, ele se recusou a dar prosseguimento ao programa até a equipe econômica realizar as mudanças solicitadas.
Nas palavras do presidente, em uma afirmação surpreendente, “não posso tirar do pobre para dar para paupérrimos, não podemos fazer isso aí”. Jair afirmou que independente do novo do programa, os ajustes não podem prejudicar ainda mais famílias em situação de pobreza.
Na segunda-feira, 24 de agosto, a equipe econômica iria anunciar algumas novidades, mas com a decisão de Bolsonaro de suspender o plano até as modificações, não se sabe quando será apresentado novamente.
No mesmo dia foi lançado o projeto Casa Verde Amarela, que vem para substituir o conhecido Minha Casa, Minha VIda. A mudança é um dos recursos de Jair para criar sua marca social. Ele não será diferente do programa atual, segundo o governo ele irá apenas aprimorar o que já está em andamento e aumentar as opções para quem busca o benefício.
Mas é sempre bom lembrar
Apesar da falsa percepção de apoio que Bolsonaro busca passar nas últimas semanas, ele foi contra a PEC do auxílio emergencial, defendeu até valores insignificantes, como R$ 200 para sustentar uma família em tempos de crise.
O benefício foi criado para ajudar trabalhadores informais, desempregados e empresários enquadrados no MEI (microempreendedores individuais), durante o período da pandemia. Mas ele não teve o afeto do presidente, que defendeu parcelas com valores incompatíveis com as necessidades das famílias brasileiras.
Contudo o seu posicionamento final, de garantir o auxílio e prolongar as parcelas para até o final do ano - mesmo sem valor definido - aumentou sua popularidade, ainda mais nos estados da região Nordeste, conhecida por ser campo eleitoral petista.
Recentemente ele até modelou seu discurso sobre o auxílio emergencial. Agora afirma que o valor oferecido no benefício não é suficiente, “mas é muito para um país que se endivida”.
“Brasil vencendo a Covid-19”
Ainda assim, o governo se supera. No dia que o país registrou 115 mil mortes pelo novo coronavírus e alcançou mais de 3,6 milhões de contaminados, o presidente participou do evento “Brasil vencendo a covid-19”. A vergonha alheia aconteceu no dia 24 de agosto, na última segunda-feira.
Bolsonaro adotou uma postura infantil durante a pandemia, não garantiu o direito à saúde a todos, menosprezou o vírus e fez propaganda de medicamentos não eficazes para o tratamento da doença. Mas mesmo assim não teve a cara de pau para anunciar que “não ‘viu’ país lidando melhor com a economia na pandemia do que nós [Brasil]”.
O novo coronavírus está longe de acabar e a positividade vendida pelo evento demonstra a falta de empatia do governo pelas famílias que perderam entes queridos para o Covid-19.
Dossiê antifascista
O sistema político brasileiro também está recheado de conspirações.
Um dos colunistas do UOL descobriu uma espécie de relatório contra servidores federais e estaduais que participam do “movimento antifacismo”. Na terça-feira da outra semana, 18 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou um julgamento para avaliar a produção do documento e ver se houve crime ou não na produção do dossiê.
Mas você pode estar se perguntando, assim como eu fiquei, o que raios é um esse documento contra “antifascistas”?
O termo normalmente é ouvido nos filmes de espionagem, por isso escutar isso de um portal de notícias pode parecer um pouco hilário. Mas antes fosse. O dossiê do qual o colunista do UOL ficou sabendo é um documento sigiloso preparado pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), que faz parte do Ministério da Justiça.
Nesse relatório o órgão reuniu todos os servidores federais e estaduais de segurança pública que são considerados “antifascistas”. Os dados são tão surreais que as informações continham fotos dos “investigados”, redes sociais e endereços.
O UOL explicou o passa a passo desse dossiê em uma matéria. Confira aqui.
Fonte: UOL
Separar é pecado, assassinato não
Esse foi o raciocínio usado pela deputada federal Flordelis dos Santos de Souza quando planejou o assassinato do seu marido, Anderson de Carmo, morto com 30 tiros na porta de sua casa em junho do ano passado.
A deputada, cinco filhos e mais uma neta estão sendo acusados pela morte de Anderson, que era pastor na igreja criada pelo casal. Desde o começo da investigação, Flordelis alega inocência, entretanto a divergência nos depoimentos levaram a polícia a desconfiar da história.
No começo da semana a Operação Lucas 12, realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro junto com a Polícia Civil, prendeu os participantes do assassinato e a procuradoria denunciou a deputada após reunir diversas provas que ligavam os familiares a morte do pastor.
De acordo com a investigação, a família já teria atentado contra a vida de Anderson pelo menos seis vezes, através do envenenamento da comida e bebida, além de contratar pessoas para fazer o serviço. Uma das filhas adotivas do casal chegou até a buscar na internet “assassino onde achar”.
O motivo? Segundo os promotores do caso, Flordelis não estava satisfeita com o modo com o qual marido cuidava da igreja e das finanças. O advogado da política afirmou estar surpreso com as alegações e que precisa avaliar as provas colhidas pela política.
Anomalia no campo magnético
O ano de 2020 parece ter sido feito por um diretor de filmes de ficção científica. Após a pandemia, nuvens de gafanhotos e chuvas de meteoros em diversas partes do planeta é hora do campo magnético da Terra começar a falhar.
Para quem não é versado nesse assunto, o planeta possui uma espécie de camada de proteção, conhecida como campo magnético. Essa barreira protege a Terra das partículas energéticas que vem do sol. O campo possui uma área onde é mais sensível e ela fica localizado na América do Sul.
Normalmente, nessa região, as partículas do sol chegam mais perto da superfície do que em outras partes do mundo, causando uma anomalia, chamada de “Anomalia do Atlântico do Sul”.
O problema é que a NASA identificou uma evolução nessa abertura e essa falha pode gerar sérios danos a satélites e espaçonaves. Isso porque o sol emite partículas frequentes e a radiação afeta o funcionamento dos computadores de bordo e a coleta de informações dos satélites.
Os cientistas da agência perceberam que além de estar aumentando, a anomalia está indo em direção a oeste e dividindo-se em duas, o que pode ser um perigo ainda maior para as missões de satélites.
A anomalia no campo magnético pode acontecer devido a dois fatores: a inclinação do eixo magnético e o fluxo de metais no núcleo externo da Terra. Para ser didático, os elementos no meio do planeta não são estáveis e reagem a mudanças de processos dinâmicos que acontecem no interior do globo.
Muitos acontecimentos podem impactar as mudanças e o estudo do campo magnético é uma forma de descobrir como essas reações trabalham e como funciona o núcleo da Terra.
Fonte: G1
Reinfecção por Covid-19
Um dos maiores temores da pandemia se confirmou no começo da semana. Cientistas de Hong Kong atestaram o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus. No dia seguinte, 25 de agosto, a Holanda e a Bélgica também confirmaram que dois pacientes em cada país foram infectados novamente.
Após os anúncios internacionais, o Brasil começou a investigar os seus próprios casos de reinfecção. Até o momento nenhum se confirmou, mas isso tem impacto direto no desenvolvimento das vacinas para combater o Covid-19. A recorrência mostra que apenas uma dose não seria necessária para combater o vírus.
Para que seja comprovada uma recontaminação, os testes precisam mostrar que o código genético do primeiro vírus é diferente do segundo. Isso foi confirmado em Hong Kong e na Holanda. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recorrência é possível, mas “parece não ser um evento regular”, de acordo com a declaração da porta-voz Margaret Harris
Casos no Brasil e no mundo
Já que tocamos no assunto, é sempre bom lembrar que a pandemia NÃO ACABOU!
Reforçar é importante pois muitas pessoas estão agindo como se o coronavírus já tivesse sido controlado e a população estivesse imunizada. Mas não é verdade.
O Brasil já acumula um total de 118.743 óbitos e 3.765.011 pacientes com Covid-19. As informações são desta manhã, 28 de agosto.
No mundo, totalizaram 832.419 vítimas fatais e 24.460.692 infectados. Os dados são da Universidade Norte-Americana Johns Hopkins, conferidos nesta manhã.
Fonte: G1 | G1 | Johns Hopkins
Quando o racismo vai acabar?
No último final de semana surgiu mais um caso de homem negro baleado nos Estados Unidos. O incidente causou uma nova revolta na população e até os jogadores da NBA (National Basketball Association) resolveram manifestar a sua indignação, forçando o adiamento das partidas que iriam acontecer na última quarta-feira, 26 de agosto.
A vítima foi Jacob Blake, de 29 anos, que levou sete tiros nas costas na frente dos filhos, em Kenosha, no Wisconsin. Parte da abordagem foi filmada por um cidadão e mostra o homem caminhando em direção ao carro e sendo puxado pela blusa antes de ser baleado.
De acordo com as informações divulgadas pela família, Jacob ficou parcialmente paralisado devido a bala que se alojou na medula espinhal e ainda está na UTI, sem poder contar sua versão do ocorrido.
As autoridades de Kenosha afirmam que atenderam uma chamada de incidente doméstico e que na ligação alguém se referiu ao jovem como a pessoa que “não deveria estar ali” durante o pedido de ajuda. A atendente afirmou que não tinha detalhes sórdidos sobre a chamada, pois o solicitante não cooperou com as investigações.
Mas quem estava presente afirma que Jacob separava uma briga entre duas mulheres antes de levar os tiros pelas costas. Nos vídeos que circulam na internet, não dá para ver ao certo o que motivou os tiros, mas a polícia afirma que o homem tentou pegar uma faca no carro e os advogados da família dizem que isso é “basicamente absurdo”.
O caso de Jacob não foi o primeiro que gerou grande comoção no público durante a pandemia. Em maio deste ano o norte-americano George Floyd, foi assassinado durante uma abordagem policial, quando o agente público sufocou o homem negro ajoelhando-se em seu pescoço.
Os fatos desencadearam uma série de protestos sob a bandeira “Black Lives Matter”, movimento negro que chama atenção para o racismo dentro das instituições que levam a crimes como os cometidos contra Floyd e Blake.
A sociedade já está cansada desses incidentes, mas é preciso uma desintoxicação das estruturas sociais para que o preconceito seja queimado desde a raiz. Quantos mais vão precisar morrer para finalmente enxergarem o racismo?
Fonte: CNN Brasil
Guerra de facções no Rio
Os moradores da região central do Rio de Janeiro viveram momentos de tensão na quarta e quinta desta semana. Durante 24h, membros de facção criminosas entraram em conflito para tomar o controle do Complexo de favelas do São Carlos.
A batalha entre os membros do Comando Vermelho (CV) e do Terceiro Comando Puro (TCP) ocasionou no fim da vida de cinco pessoas, uma das vítimas foi Ana Cristina da Silva, que morreu protegendo seu filho de 3 anos, no sequestro de duas famílias em momentos diferentes e tiroteios espalhados por toda a cidade.
Segundo a polícia do Rio de Janeiro, a guerra foi uma tentativa do CV invadir o complexo, na última quarta-feira. A região cobiçada pelos traficantes é formada pelos morros Querosene, São Carlos, Mineira e Zinco e ela se mantém sob o comando do TCP, mesmo após a investida.
A Secretaria de Polícia Militar informou na quinta-feira, 27 de agosto, no começo da noite, que a corporação prendeu 16 suspeitos, assim como a retenção de armas usados na empreitada.
Isso, pessoal, é apenas mais um episódio da guerra relacionada ao tráfico de drogas. O Rio de Janeiro, assim como outros estados do país, já foi palco de diversos episódios cinematográficos na guerra contra o tráfico.
A batalha não influencia apenas os traficantes e os policiais. A venda de drogas ilegais e a disputa por territórios acabaram com famílias, vida de jovens e a paz de muitas comunidades.
Acontecimentos como o dessa semana deveriam jogar uma luz sobre a situação dos narcóticos no Brasil e incentivar a discussão saudável sobre a legalização de substâncias que não deveriam ser proibidas.
Fonte: G1
(Foto destaque: Pedro Ladeira/Folhapress)
O Resumo da Semana termina por aqui. Para acompanhar as novidades fique de olho nas redes sociais do @porricainocente!
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