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Foto do escritorpor Rica Inocente

Quantos vexames internacionais um adulto de idade média consegue suportar?

Brasil pegando fogo, população sendo engolida pelo coronavírus e desemprego, mas para o presidente “tá tudo bem!”

O por Rica Inocente gosta desta frase: desgraça pouca é bobagem!


Ela pode ser muito bem aplicada a situação em que vivemos, desde a eleição de Bolsonaro ao início da pandemia, sempre podemos encaixá-la nos acontecimentos.


Na verdade, o Resumo da Semana dos últimos meses tem sido um verdadeiro desfile da expressão. Sempre que achamos uma notícia surpreendente, vem outra e nos derruba com tamanha sutileza.


Em virtude disso, iniciamos outro resuminho, abordando as notícias mais relevantes dos últimos dias. Confira!


Vexame na ONU

Na terça-feira desta semana, 22 de setembro, começou a 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e como tradição, os líderes dos países fizeram seus discursos de abertura do evento. Devido a pandemia, as falas foram gravadas e Bolsonaro fez o que todos não imaginavam: mentiu! Mentiu de A a B, com praticamente todos os fatos baseados em fake news.


As afirmações que mais chocaram a população foi o fato dele culpar índios e caboclos pelas queimadas na amazônia e no pantanal, falar que a floresta amazônica é úmida e “só pega fogo nas bordas” (?!), culpar a Venezuela sobre o óleo derramado no litoral brasileiro em 2019, mesmo sem comprovação, insinuar que o isolamento social, medida necessária para combater a disseminação do coronavírus, “quase levou o país a um ‘caos social’” e pregou sobre a ‘cristofobia’ e como ela deve ser combatida no Brasil.

Bom, até aí você deve imaginar que não tem da onde tirar explicações plausíveis para esclarecer o porquê das declarações. Mas fica pior. O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, aprovado pelo Senado, Nestor Forster, condecorou a fala de Jair, afirmando que o seu discurso “desfez mitos” sobre o país.


Bolsonaro vive em um mundo totalmente paralelo ao restante da comunidade brasileira. Além das declarações acima, disse que contribuiu ativamente para o combate da pandemia e que concedeu a população acesso a um auxílio emergencial de aproximadamente U$$ 1000 para todos os 65 milhões de beneficiários.

Mil dólares, convertidos para reais no dia 23 de setembro, daria cerca de R$ 5520,20 e até onde se sabe, o máximo que chegaram a receber foi R$ 1200 para mães solteiras, chefes de família.


Sem contar que ele afirma que o país vive uma campanha de “desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal”. Você acredita que ele teve a coragem de ir em evento internacional e falar que o Brasil não está queimando? Pois é, o querido ainda afirmou que o país tem “a melhor legislação” sobre o meio ambiente do mundo e que as regras de preservação da natureza são respeitadas (?!?).


As suas declarações fizeram com o termo mentiroso ficassem entre os mais citados no Twitter. O seu discurso foi o maior desserviço para a nação, o que provou, mais uma vez, que elegeram a pessoa errada para comandar o país. Só queria saber quem foi o responsável pelo discurso propagado com tanto orgulho pelo presidente.


O que mais foi dito na Assembleia da ONU?

Além do grande vexame pelo qual o Brasil passou, outros líderes também discursaram no evento, acusando outras nações de roubo, falando sobre a “nova realidades”, se vangloriando por vacinas e por aí vai.


O evento, diferente do que estamos vendo, não é um desfile de discursos polêmicos e sim uma reunião onde as nações debatem assuntos relevantes para a sociedade no contexto em que vivem. O evento deste ano “celebra” os 75 anos da Organização das Nações Unidas.


As falas mais chamativas foram o presidente dos EUA, da Rússia, do Irã e da França. Após o vídeo de Bolsonaro, Donald Trump apareceu falando mal sobre as atitudes da China e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no que diz respeito ao condução da pandemia. Para quem não sabe, o presidente americano estabeleceu uma pequena “guerra fria” contra a China nos últimos meses.


Dentro os outros discursos:

  • Putin, presidente da Rússia, se vangloriou da Sputnik V e ofereceu o imunizante aos colaboradores da ONU e departamentos filiados de maneira gratuita;



  • Emmanuel Macron, presidente da França, disse que até o surgimento de uma solução viável para a pandemia, o mundo “deverá viver em uma nova realidade”. O líder francês também retomou o seu discurso sobre a luta contra as mudanças climáticas e cobrou dos outros países ações que pudessem proteger “nossos bens comuns”;


O evento acontece até a próxima semana e, diferente das outras assembleias, a reunião será através de vídeos por causa da pandemia do novo coronavírus. Nos próximos dias os líderes deverão discutir os problemas que o mundo enfrenta neste momento.


Fonte: G1 | G1 | CNN Brasil | G1


Você lembra da pandemia?

Pois é, ela ainda está acontecendo!


A pandemia só terá um fim quando a vacina chegar ou o mundo atingir um nível de tão alto de contaminação, que vamos sofrer o fenômeno conhecido como imunidade de rebanho. Mas para os dois casos, isso ainda vai demorar a acontecer e o por Rica Inocente falou sobre isso aqui.


Por enquanto, temos que aprender a lidar com o distanciamento social, evitar saídas desnecessárias, utilizar máscaras e álcool em gel sempre que precisar sair e se munir de bom-senso, para não repetir cenas como a do feriadão de 7 de setembro.


De acordo com o levantamento feito pelo consórcio de imprensa, junto às secretarias de saúde dos estados e publicado nesta manhã, o país conta com 139.931 mortes 4.660.368 casos confirmados. A média móvel da última semana tem sido de 693 óbitos e 28.924 infectados por dia.


Fonte: G1


Brasil segue pegando fogo

Depois do discurso dado na abertura da ONU, você pode ter acreditado que estava vivendo em um universo paralelo, onde as queimadas no Pantanal, na Amazônia e mais recentemente, no Cerrado, não estão corroendo ferozmente o ecossistema brasileiro.


Mas calma, você não está ficando louco! A verdade é que Bolsonaro vive em uma caixinha chamada “sua cabeça” e lá ele está fazendo um bom gerenciamento das crises pelas quais o Brasil passa.


O Pantanal, desde que começou a pegar fogo, bate mês a mês o recorde de focos de incêndios registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até o dia 23 de setembro já haviam sido monitorados 6.048 pontos de queimadas. O maior número registrado anteriormente era de 5.993, em agosto de 2005.

Normalmente, é comum os registros de incêndios no pantanal nesta época do ano devido a seca. Mas o que vemos agora é diferente. O tempo seco, combinado com o maior período de estiagem em 47 anos e as queimadas ilegais, tornaram a situação insustentável. A destruição já levou embora 85% do Parque Estadual Encontro das Águas, um dos maiores recantos de onças pintas-pintadas. O fogo também já acabou com 12% do bioma.

E não podemos esquecer da Amazônia, a floresta ainda sofre. De setembro de 2019 para setembro deste ano houve um aumento de 42% nos focos de incêndio. Somada a perda do território do Pantanal, o Brasil já queimou 53.019 km² de mata nativa até o dia 31 de agosto.


O Cerrado vem pegando fogo também. Até o dia 1º de setembro o bioma tinha registrado 7.304 focos de calor. Os dados são do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com especialistas, os incêndios têm origem humana e acaba se espalhando devido ao clima seco da região.


Quem causa os incêndios?

Diferente do que foi atestado por Bolsonaro no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, as queimadas não são causadas por índios e caboclos e sim por agricultores. Os dados do Inpe, junto com o monitoramento da Nasa, mostram que mais da metade da área desmatada da Amazônia eram de matas que ainda estavam de pé. Desmatamento na sua raiz.


O cientista Carlos Nobre, doutor em meteorologia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em entrevista para BBC News Brasil, afirmou que essa forma de destruição é muito comum na área de agropecuária para aumentar o terreno com fins comerciais.


Impacto das queimadas no Brasil

Nas últimas semanas os estados do sudeste e sul receberam uma nuvem de fumaça proveniente das queimadas causadas nos biomas brasileiros. Muitos acharam piada quando afirmaram que São Paulo ia receber uma “chuva negra” e que a “neblina” nas cidades não eram de frio e sim consequência dos focos de incêndio que destroem parte da nossa vegetação.


As imagens de satélites do Inpe mostram que entre os dias 14 e 19 de setembro, partículas liberadas na atmosfera pelas queimadas se deslocaram para as regiões do sudeste e do sul. A fumaça também atingiu outros países, como a Bolívia e interferiu nos climas destas regiões.


“Tolerância zero para crime ambiental”

Apesar da fala de Bolsonaro, o seu governo foi marcado pela redução das fiscalização ambiental. O Ministério do Meio ambiente não gastou nem 1% da verba destinada para preservação e o ministro da pasta é um defensor da bancada ruralista, que afirmou durante o pico da pandemia, que deveríamos deixar a “boiada passar”, aprovando leis que prejudicasse a preservação do meio ambiente.


Sem contar que o Ministério Público Federal do Distrito Federal quer afastar Ricardo Salles do cargo, pois suas iniciativas “causam danos à preservação do meio ambiente”. A ação foi apresentada em julho e até o momento a justiça não analisou o pedido. Na denúncia o MP quer Salles afastado por suposta improbidade administrativa.


Fonte: G1 | G1 | G1 | BBC Brasil | G1 | Jornal Nacional


Alteração no Código de Trânsito Brasileiro

Na terça-feira, 22 de setembro, o país estava queimando, mas a Câmara dos Deputados encontrou um momento da agenda deles para aprovar algumas mudanças propostas pelo Senado para o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Agora, é só aguardar o aval de Jair para que as alterações sejam publicadas no “Diário Oficial da União” e passem a valer.


Entre as mudanças está o aumento de 10 anos para o prazo máximo de validade da CNH, acréscimo dos pontos para suspensão da carteira, obrigatoriedade da cadeirinha para transporte de crianças até 10 anos e regras para a circulação de motocicletas entre os veículos quando o trânsito estiver parado ou lento.


A pauta é uma das mais priorizadas por Jair e não envolve apenas os pontos citados acima. A reestruturação completa, explicando o que entra e o deixar de ser cobrado pode ser conferido aqui.


Fonte: G1


O esfolamento da população brasileira

Bem, com a chegada da pandemia, a vida financeira do brasileiro não está lá mil maravilhas. O anúncio do auxílio emergencial, lá em abril, levantou uma expectativa de pelo menos conseguir comer durante essa fase, mas com o pacote de arroz a R$ 40 reais, estamos vendendo o almoço para pagar a janta.


O mês de agosto fechou com cerca de 12,9 milhões de desempregados, sendo mais de 2,9 milhões do que foi registrado em maio. Houve um aumento de 27,6%. Os dados foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, 23 de setembro.


O benefício do auxílio emergencial durante o estado de emergência era para ser a solução. Mas se tornou outro problema, além do desemprego. O sistema não era intuitivo, havia fila no aplicativo, as diversas solicitações canceladas e o prolongamento do auxílio não vai compreender todos os brasileiros em estado crítico.


Ainda me pergunto como R$ 300 vão sanar as necessidades básicas de uma pessoa. Ainda mais de uma que deve estar desempregada desde abril, maio. Mais quatro parcelas deste valor não pagam as dívidas do primeiro mês. Sem contar que o orçamento para pagar as contas e comprar comida também não fecha.


De acordo com o ministro da cidadania, Onyx Lorenzoni, o calendário de pagamento das novas parcelas do Auxílio Emergencial devem sair na próxima semana. Até o momento, apenas os beneficiários do Bolso Família sabem quando vão receber o dinheiro. Não mencionando que o novo sistema não vai avisar os cidadãos que vão parar de receber. A lista mostra os indicadores que desqualificam o acesso ao auxílio, mas não se dão ao trabalho de notificá-los.


E para piorar um pouquinho mais, a inflação de setembro subiu para 0,45%, sendo a maior desde setembro de 2012, quando foi registrado 0,48%. As informações também são do IBGE.


O aumento registrado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) foi influenciado pela elevação dos valores de alimentos e bebidas, que tiveram uma alta de 1,48% no último mês. Isso é calculado de acordo com o aumento do preço das carnes, tomate, óleo de soja e arroz. O combustível também foi impactado.


Difícil pensar o que é pior neste momento: morrer asfixiado com as fumaças da queimada ou de fome por não poder comprar alimento?


Fonte: G1 | G1 | G1


Quem te influencia?

Na quarta-feira, 23 de setembro, a revista “Time” publicou a sua tradicional lista dos 100 mais influentes do mundo. A publicação rendeu a Jair Bolsonaro e a Felipe Neto um espaço entre as pessoas mais poderosas do planeta.


Jair foi atribuído a categoria “Líderes”, mas com números negativos explicando os motivos para estar naquela lista. A sua influência não foi tida como algo positivo e sim, algo ruim para a sua imagem devido a catástrofe que proporcionou ao país. Outros presidentes brasileiros já foram mencionados pela edição, como a Dilma Rousseff em 2011 e 2012, e Lula em 2004 e 2010.

O outro mencionado foi Felipe Neto, o influencer digital que tem desempenhado um forte papel político contrário aos pensamentos ideológicos disseminados no Brasil. A revista o classificou na categoria “Ícones” e menciona os seus milhões de seguidores em todas as redes sociais onde atua.


A lista de influência do Times expõe a bipolaridade na qual o Brasil está inserida. De um lado o presidente mais suicida de todos e de outro um influencer digital que se posiciona contra o governo brasileiro.


Representatividade feminina no mundo dos negócios

Apesar de não constar na lista de pessoas influentes do Times, Luiza Helena Trajano, proprietária das lojas Magazine Luiza, apelidada carinhosamente de Magalu, se tornou a única mulher no top 10 de bilionários da revista Forbes Brasil. A empresária ocupa a 8ª posição no ranking.


Luiza teve um aumento de 181% da sua fortuna no último ano, com um patrimônio estimado em R$ 24 bilhões. Mas não é só por isso que ela merece ser mencionada. Desde o início da pandemia a empresária tem se posicionado contra a demissão em massa de colaboradores e na luta contra a violência doméstica.


Durante a fase mais grave do coronavírus no Brasil, a varejista afirmou que não iria demitir um único funcionário e que o “caixa” da Magalu tinha orçamento suficiente para lidar com as lojas fechadas durante a pandemia. Além disso, durante os dias de isolamento social o aplicativo da loja oferecia um botão para denunciar casos de violência doméstica.


A ferramenta já estava no app desde 2019, mas com o número de pessoas confinadas em caso, houve um aumento drástico de casos de violência o que resultou num crescimento de “pedidos de socorro” através da funcionalidade. Para usar o recurso é necessário abrir o aplicativo, ir em “Sua Conta” e clicar em “Denuncie Violência Contra Mulher”. O usuário será encaminhado ao canal de denúncias 180, do governo federal.

Sua ação mais recente em busca de igualdade foi o programa de trainee voltado para candidatos negros. A iniciativa causou revolta em internautas (brancos), que acharam injusto a proposta do projeto. Por outro lado, ela foi muito elogiada por dar espaço a diversidade racial dentro da empresa, principalmente em cargos de liderança.


Algumas pessoas tiveram a cara de pau de acusar a organização de “racismo reverso”, por criar uma medida com o objetivo de corrigir a desigualdade racial histórica no mercado de trabalho. Pois é, coisas que só ouvimos em sociedades que disfarçam o preconceito com a meritocracia, onde as pessoas devem “conquistar seu espaço com seu próprio esforço”, sem levar em consideração o plano de fundo das suas lutas.


Fonte: G1 | G1


“Volta às aulas não é assunto do MEC”

Em entrevista para o Estadão, na quinta-feira, 24 de setembro, o atual ministro da Educação, Milton Ribeiro, declarou que o retorno às aulas devido a pandemia e o acesso à internet não são assuntos que devem ser discutidos na pasta (?!?). Segundo ele, não será através do ministério que o Brasil irá atingir a desigualdade.


Milton também diz que é “equivocado” o brasileiro “mais simples, mais pobre” querer ter um diploma. Que vai contra os termos de política nacional. Sem contar que chamou as famílias de pessoas homossexuais de “desajustados” e que crianças de 12 ou 13 anos “optam” por ser gays sem ao menos nunca estarem com alguém do sexo oposto ou do mesmo sexo. Segundo ele são questões de valores e princípios.


A dois meses no cargo, Milton declarou que iria lutar pelas bandeiras que priorizasse a melhora do ensino no país, mas as suas poucas falas já mostram que ele é apenas mais um peão ideológico que vem para prejudicar ainda mais o futuro das crianças deste país.


Com isso, as esperanças de um Brasil melhor através da educação pode acabar.


Fonte: Estadão

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