Como é o processo, motivos pelo qual ele foi julgado e como são as eleições lá no norte
O ano começou bem, como retratado nesta publicação aqui. O medo da terceira guerra mundial dominou os primeiros dia do ano em meio a bombas no Irã e promessas de impeachment do atual presidente americano, Donald Trump. Uma das suspeitas levantadas sobre o ataque em Bagdá foi que a manobra foi utilizada para encobrir a retirada do governo que estava emergindo.
O ataque acertou a comitiva do principal general iraniano, Qassem Soleimani, um dos homens mais importantes do Irã, que estava sendo cotado para assumir a presidência. O governo iraniano chegou até a se manifestar a respeito dos ataques, alguns mísseis atingiram bases americanas no país, mas acabou por aí.
No final de janeiro, para surpresa de todos, Trump voltou à mídia com o seu “Plano de Paz para o Oriente Médio”. O projeto propunha a criação de um estado da Palestina, que coexista com Israel, com intuito de dar um fim aos conflitos entre israelenses e palestinos. No acordo, Israel teria controle sobre a totalidade de Jerusalém como sua capital e a criação de uma capital da Palestina na periferia de Jerusalém, fora dos muros construídos por Israel. Mas, como era de se esperar, o governo palestino rejeitou a proposta e disse que “Jerusalém não está à venda”.
Mas, e o impeachment?
O processo teve início no dia 18 de dezembro de 2019, quando a Câmara dos Representantes aprovou dois artigos contra o presidente com as acusações. Entre as denúncias estavam a de abuso de poder, por pedir uma investigação ao presidente da Ucrânia, contra a família de Joe Biden. Os deputados julgaram a ação uma “interferência de um governo estrangeiro” em favor da reeleição de Trump em 2020.
A outra acusação é de que o presidente usou da sua influência para impedir que pessoas ligadas à sua administração dessem depoimentos e por se recusar a entregar os documentos aos investigadores durante o inquérito.
A Câmara dos Deputados entregou o projeto aos Senadores no dia 16 de janeiro e o julgamento teve início no dia 21. Os dois lados, acusação e defesa, tinham um período de 24h cada para apresentar seus argumentos. Foram realizadas várias sessões e entre elas uma etapa de perguntas e respostas, onde ficou decidido que não seria necessário a convocação de novas testemunhas para o julgamento.
“Solicitação declinada”
O julgamento foi encerrado na última quarta-feira, 05 de fevereiro, e o resultado manteve o presidente no cargo. Para que fosse afastado, Trump teria que receber dois terços dos votos dos 100 senadores, mas a bancada é composta por 53 republicanos, que são do mesmo partido do presidente. O resultado afirmou a polarização partidária do país, mostrando os setores de maioria democrata - oposição que compõe a Câmara dos Deputados e votou a favor do impeachment - e de maioria republicana - partido do presidente que compõem o Senado e declinaram a saída de Trump.
Impeachment nos Estados Unidos
O processo não é muito diferente do brasileiro, caso os políticos acreditem que o atual presidente está agindo contra a constituição do país, o caso da entrada na Câmara dos Deputados. Qualquer membro do Congresso pode apresentar um projeto para o impeachment que, assim como qualquer outro projeto de lei, será enviado ao Comitê Judiciário da Câmara.
Eles analisam as evidências ou também abrem uma investigação para dar embasamento às informações que receberam. Caso as provas sejam fortes, o comitê elabora “artigos” de impeachment, que são acusações criminais, e os envia para todo o Congresso. Os documentos chegam ao Senado, quando é iniciado o julgamento, com representantes da câmara atuando como promotores e o presidente e seus advogados apresentando a sua defesa.
O presidente da Suprema Corte é o responsável pelo julgamento no Senado. Composto por 100 membros, eles votam nas acusações e, com a maioria de dois terços, o presidente pode ser destituído e o seu cargo passa para o vice-presidente.
Campanha eleitoral 2020
Com o processo encerrado, o presidente Trump ainda está na corrida para a reeleição nos Estados Unidos. As eleições acontecem no dia 3 de novembro, mas o processo de votação é um tanto quanto diferente lá no norte.
Por vias gerais, o americano não vota no presidente e sim em pessoas - conhecidas como delegados - que compõem o colégio eleitoral. Esse voto vai para um político que vai representar a opinião da população na hora de escolher o candidato à presidência. Aqui você pode compreender um pouco melhor.
Na segunda-feira, 03 de fevereiro, os democratas deram início ao processo que iria definir quem enfrentaria o presidente durante as eleições. A lista possuía 11 pré-candidatos, entre políticos experientes, bilionários, veteranos militares e empreendedores. Os que estão em alta com o público e lideram as pesquisas de opinião são Joe Biden - candidato que teve seu nome citado durante o processo de impeachment, pois o atual presidente queria que o governo ucraniano investigasse a sua vida -, Bernie Sanders e a senadora Elizabeth Warren.
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Fonte: por Rica Inocente | EBC - Agência Brasil | G1 | BBC | Exame | BBC
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