Na próxima semana a ferramenta do Banco Central começa a funcionar e o blog separou algumas informações úteis para sua utilização
Na segunda-feira, 16 de novembro, o PIX, ferramenta de pagamentos e transferências do Banco Central passa a funcionar em todo o território brasileiro. O por Rica Inocente havia prometido um especial sobre o tema e aqui está: um guia com o que você precisa saber sobre o PIX!
Até o dia 03 de novembro, quando a solução começou a ser “testada” por alguns bancos e usuários, 762 instituições financeiras já haviam sido autorizadas a operar a plataforma. Além disso, até a mesma data, cerca de 55,5 milhões de chaves já tinham sido cadastradas no sistema.
No dia 05 de outubro, quando a ferramenta começou a levantar suas possíveis questões, os bancos abriram os cadastros das “Chaves PIX” e a corrida atrás de incluir as informações dos usuários nos sistemas bancários começou.
A solução, pelo bem e pelo mal, vem para facilitar e “baratear” as transações financeiras, mas mesmo assim, muitas pessoas ainda não se cadastraram e não sabem da funcionalidade do PIX. Por isso, a publicação de hoje chega para esclarecer alguns pontos:
O que é?
Para começo de conversa, o PIX é um meio de pagamento do Banco Central para realizar transferências de forma rápida, instantânea e gratuita. Para usar o sistema, o usuário precisa cadastrar as “Chaves PIX” nos respectivos bancos e ele é, basicamente, uma identificação do cliente.
Entre as informações que podem ser cadastradas estão:
número do celular;
e-mail;
CPF ou CNPJ;
EVP - sequência alfanumérica de 32 dígitos que é usado pelo Banco Central para gerar um QR Code;
A ferramenta vem para substituir as já tradicionais formas de transferências, como o DOC e o TED. Além de garantir que será um forma gratuita e instantânea de pagamento.
O nome “PIX”, na verdade, é uma sigla e reúne os conceitos de tecnologia, transações financeiras e Pixel, sendo este uma unidade de representação visual. As duas primeiras letras do termo se refere a “P”agamentos “I”nstantâneos e o “X” é uma variável matemática, que simboliza qualquer número e, sendo assim, as diversas possibilidades que a solução oferece.
Para que serve?
Mesmo já tendo explicado qual a sua função, esse tópico é para deixar as coisas mais claras.
O sistema vai realizar transferências de dinheiro entre pessoas físicas e jurídicas, assim como receber pagamentos. Será possível fazer compras sem usar dinheiro, cartão ou boleto e os órgãos governamentais também vão se cadastrar na ferramenta, para que as pessoas paguem suas contas e tributos.
Como vai funcionar?
O PIX começa a funcionar de forma definitiva no dia 16 de novembro, próxima segunda. Na semana passada, alguns bancos iniciaram uma fase de testes para saber como a ferramenta iria se comportar.
A adesão ao sistema será opcional e, caso o cliente escolha se cadastrar, o banco terá que confirmar com ele as chaves inseridas. Para usar o sistema, além das identificações, o usuário precisa ter uma conta bancária, em qualquer banco, ou em uma instituição financeira.
Não será possível cadastrar a mesma chave em diferentes instituições. E, além das facilidades, as transações através do PIX vão solicitar menos informações para as operações, o que simplifica a movimentação.
Quais as diferenças do PIX para o DOC e o TED?
As principais características que diferem os sistemas de pagamento são:
Transferência Eletrônica Disponível (TED) permite transações entre contas, sem limite de valor, a ser creditado no mesmo dia, caso feito até às 17h;
Documento de Ordem de Crédito (DOC) realiza movimentações financeiras entre contas com valor até R$ 4.999,99, a ser debitado em até um dia útil, ou até dois, caso o pagamento seja realizado aos finais de semana ou feriados;
PIX é um sistema de transferência que será gratuito entre contas de Pessoas Fìsicas, que não irá necessitar de muitas informações para garantir o processo;
Como usar?
Mas como aproveitar as funcionalidades da ferramenta?
O uso, teoricamente, parece ser bem simples. As transações serão feitas através das Chaves PIX, link gerado pelo celular ou QR Code. Para fazer os pagamentos, o usuário precisa inserir o chave de quem irá receber, acessar o link ou ler o código.
Os comerciantes que optarem por essa solução vão poder gerar o QR Code para seus clientes e o eles só vão precisar usar o leitor para realizarem seus pagamentos.
Outras dúvidas …
Claro que uma tecnologia dessas cria muitas dúvidas nos usuários, mas o por Rica Inocente vai esclarecer algumas delas:
o Banco Central não estabeleceu limites para a operação, mas deixou em aberto para que cada instituição pudesse definir isso como fosse melhor;
em relação aos custos, o uso por pessoas físicas será gratuito; as empresas vão ter uma cobrança, mas a taxa ainda não foi definida; as Instituições Financeiras vão ter um “custo baixo”, mas nada que prejudique o desempenho da ferramenta;
os usuários também vão poder se beneficiar do agendamento de pagamentos e dos comprovantes, para organizar as contas;
quanto aos cancelamentos, por ser uma ferramenta de transferência instantânea, o cliente deverá prestar atenção na hora de realizar o pagamento. Valores por engano não são estornados automaticamente, mas é possível receber a quantidade de volta de forma total ou parcial através da negociação com o recebedor;
Pode confiar?
Apesar do todos amarem uma boa tecnologia, novas ferramentas assustam os usuários e os deixam em dúvida em relação a sua segurança. Entretanto, os criadores e especialistas da solução afirmam que ele é seguro.
Mas uma simples afirmação não basta, afinal estamos falando do nosso dinheiro, e quando se trata das nossas economias, todo cuidado é pouco!
O Banco Central está garantindo segurança redobrada para que os usuários e as organizações não sejam vítimas de fraudes. Os sistemas de proteção serão reforçados pela própria entidade que irá abrigar a ferramenta Além disso, o BC reviu algumas regras sobre restituição de valores para lidar com supostas trapaças.
Outro detalhe é que o chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, Eduardo Brandt, em declaração ao portal G1, afirmou que em caso de fraudes, o banco tem 30 minutos durante o dia, e 60 minutos de noite, para realizar uma análise complementar para confirmar se a operação é verdadeira ou não.
Fora isso, caso alguma pessoa tente cadastrar uma Chave que já foi colocada no sistema, o detentor da identificação irá receber um aviso de que alguém está tentando usar o cadastro. Para barrar isso, apenas “não confirme” o cadastro e assim a chave não ficará disponível para o intruso.
Isso funciona para o caso do cadastro do celular e o e-mail. Em caso de CPF, CNPJ ou EVP, não é possível inserir a sequência de números, pois essa identificação é única de cada pessoa, sendo assim, é impossível de ser fraudada.
Quais os principais benefícios?
Agora que o PIX já confirmou sua confiança, vamos pontuar suas principais vantagens. Vamos lá!
O principal argumento é que a ferramenta irá facilitar as transferências, pois vincula as informações básicas do usuário aos dados completos que o identificam no sistema do banco.
Mais esse não é o principal benefício. De acordo com a InfoMoney, algumas das melhorias do sistema são:
o aumento da velocidade dos pagamentos e das transferências;
incentivo a competitividade e a eficiência do mercado;
baixo custo das transações;
tarifas “mais baratas” para as pessoas jurídicas;
garantia de segurança e aprimoramento da experiência do usuário;
inclusão financeira, já que os usuários não precisam de contas em bancos para fazer as transações. Por exemplo, o cliente pode cadastrar o PIX através do Mercado Pago do do PicPay;
Qual a principal mudança?
Do mesmo modo, PIX vai trazer uma grande mudança para o setor financeiro.
Atualmente, quando fazemos transferências, como o DOC ou o TED, precisamos das informações de quem vai receber, como conta, agência, banco, CPF, etc. Movimentações entre em empresas e seus clientes ainda exigem as maquininhas, boletos, cartões, parcelas e muitos outros.
Os fluxos de pagamento funcionam de forma complexa, sendo preciso da conta de origem, conta de destino, um banco (emissor), a máquina de cartão (adquirente), a bandeira do cartão e um processador, que atua como um intermediário.
Com o PIX, tudo isso desaparece e o usuário só vai precisar da conta de origem e da conta de destino. Bancos, bandeiras, intermediários deixam de importar para as transações, diminuindo os gastos e facilitando os processos.
Por que os bancos estão tão animados com o PIX?
Por se tratar de uma ferramenta gratuita, é estranho ver a animação dos bancos em cadastrar seus clientes no PIX. Muitas instituições estão movendo céu e terra para garantir que todos registrem suas Chaves PIX e umas estão até dando incentivos para garantir a detenção dos dados.
Segundo uma matéria da CNN Brasil, algumas empresas oferecerem prêmios e promoções para os seus usuários:
NuBank prometeu prêmios de até R$ 50 mil aos seus clientes;
C6 Bank está dando até 6 mil pontos no seu programa de fidelidade;
Santander vai sortear dois prêmios de R$ 1 milhão;
Até mesmo as organizações que não são bancos ou instituições financeiras estão motivadas com isso. O Mercado Pago está convencendo seus usuários, principalmente os vendedores, a registrar as chaves por lá. A empresa garante uma transição mais rápida, prática e barata.
O que explicação a motivação?
Segundo o Banco Central, o PIX será obrigatório para 34 bancos e instituições financeiras, beneficiando mais de 500 mil clientes. Por outro lado, um levantamento feito pela empresa de consultoria Bain & Company, aponta que as organizações vão perder até R$ 1 bilhão, até 2025, com o fim das transferências como conhecemos.
Diante desse cenário, as companhias começaram a perceber que não vão ter como competir com o PIX, então, para lidar com isso e não perder os clientes, estão investindo fortemente no cadastro das chaves.
Quanto mais clientes escolherem os bancos para registrar suas identificações, menos os bancos perdem para seus concorrentes. Pois para eles é mais vantajoso garantir a manutenção dos seus usuários do que ver eles migrarem para outras instituições.
Assim, quem tiver a chave registrada, mantém uma conta corrente, poupança ou qualquer outra naquele banco.
O Banco Central também explica que o PIX vem como uma forma de acabar com a desbancarização, pois os brasileiros estão abrindo mão das transações financeiras através de cartões e sistemas online e optando por dinheiro vivo.
Antes mesmo da pandemia, o Instituto Locomotiva, empresa de pesquisas e estratégia, apontou que 70% da população do país prefere usar o dinheiro a cartão para fazer seus pagamentos. Além disso, o estudo mostrava que quando o levantamento foi feito, em 2019, 45 milhões de pessoas não tinham contas em banco.
Para as agências, conquistar mais clientes e garantir a manutenção dos usuários, se torna mais importante do que as arrecadações com tarifas de DOC e TED, por isso o PIX se torna tão atrativo aos olhos das instituições financeiras.
Enfim, depois de tudo o que foi falado acima é importante reforçar que a ferramenta começa a valer de forma definitiva na segunda, 16 de novembro, e para se cadastrar basta acessar seu banco e lá aparece a opção da inscrição das Chave PIX!
Ainda não sabemos 100% como vai ser a transição e quais barreiras a ferramenta vai enfrentar, mas por enquanto podemos aproveitar suas diversas funcionalidades.
Fonte: G1 | G1 | UOL | InfoMoney | CNN Brasil
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