Confira alguns obstáculos, vitórias conquistadas durante os anos e conheça pontos importantes para entender como esse mundo funciona
A 18ª Parada de Orgulho LGBT, que aconteceu em Campinas, apresentou como tema central “Família Tradicional, Nós Somos! Nosso Voto, Nosso Voz”. A parada teve a participação de, aproximadamente, 15 mil pessoas e desfiles com três trios elétricos.
A escolha do tema foi uma decisão entre os membros da Associação da Parada e Apoio LGBT, que queriam trazer à tona os direitos que essa população tem, que são os mesmos garantido para qualquer outra pessoa. E, também, falar sobre a eleição de outubro, quando todos vão às urnas para eleger os governantes para os próximos quatro anos.
O termo LGBT, se refere a sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros, e é usado desde os anos 1990. Os ativistas acreditam que o termo “gay” não abrange todos aqueles que fazem parte da comunidade.
Apesar de nos encontramos no século 21, muitas pessoas ainda possuem repulsa ou aversão aos homossexuais. Muitas sociedades impedem que gays possam exercer livremente a sua cidadania ou viver em segurança, sendo alvos de discriminação, recebendo ameaças como insultos ou agressões físicas.
Em alguns países a prática homossexual é considera crime, sendo que, segundo os dados da International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association (ILGA), apresentados em 2016, 13 dos 73 países que possuem essa lei, a prática é punida com a morte. Essa ação é chamada de “homofobia de estado” e representa 37% do total de estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU). No mapa abaixo, pode ser analisado os países que aceitam e os que criminalizam a prática:
Vitórias
Apesar do sofrimento que muitos membros dessa comunidade ainda passam, o movimento LGBT conquistou algumas vitórias durante os anos. Começando em 1985, quando o Conselho Federal de Medicina decidiu a favor pela despatologização da homossexualidade. Até a década de 1980 o “homossexualismo” era rotulado como um “desvio de transtorno sexual” no Código de Saúde do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social.
A despatologização ocorreu no Brasil cinco anos antes da OMS retirar a homossexualidade de sua lista de doenças.
A discussão para demarcar a homossexualidade como uma condição biológica e não como uma escolha, foi outra conquista para a comunidade LGBT. O termo “orientação sexual” ocupou o lugar da terminação “opção sexual”.
Outra conquista foi a união civil estável entre pessoas do mesmo sexo, reconhecida em 2011 pelo Supremo Tribunal Federal. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça permitiu o casamento civil entre homossexuais, assim como a conversão de uniões estáveis homoafetivas em casamentos civis.
Por último, mas não menos importante, duas conquistas bem relevantes para o meio, foi a Redesignação Sexual e a alteração do Nome Social. A redesignação sexual, conhecida como “mudança de sexo” do fenótipo masculino para o feminino foi autorizada pelo Conselho Federal de Medicina em 2002, e seis anos depois, passou a ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2010, a operação de mudança de sexo do fenótipo feminino para o masculino foi aprovada pelo conselho e passou a ser oferecido pela rede pública. Entretanto, a demora da fila pode durar cerca de 20 anos, o que faz com que apenas uma fração de trans e travestis sejam atendidos.
O nome social, aquele que a pessoa usa para se identificar, vem sendo aceito em alguns locais, como o Ministério da Saúde, que desde 2009, permite o uso desse nome no SUS. A partir de 2013, o governo federal começou a permitir o uso no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Como saber as diferenças?
A comunidade é composta por diversos indivíduos, que possuem características distintas. Mas, mesmo assim, muitos desconhecem esses pontos e não conseguem se situar nesse meio.
Para compreender como esse mundo funciona, é necessário saber alguns pontos relacionados a essa questão. Começando com a Identidade de Gênero, que é como a pessoa se identifica. É possível que uma pessoa se perceba como um homem, como uma mulher, ou como ambos os gêneros, que são os chamados não binários.
Os cisgêneros se identificam com o gênero que foi atribuído ao nascimento e os transexuais e/ou transgêneros, são um pouco mais complexos, eles não se identificam com o gênero que lhe foi dado ao nascimento, mas sim, outro gênero. A série de reportagem abaixo pode ajudar a compreender como funciona a transexualidade:
A Orientação Sexual depende do gênero pelo qual a pessoa desenvolve atração sexual. Os heterossexuais se sentem atraídos por pessoas de outro sexo, já, os homossexuais se atraem por pessoas do mesmo sexo. Há os bissexuais, que sentem atração por pessoas de ambos os sexos. Também existe a assexualidade, que é a ausência de atração por todos os gêneros. Mas ainda não há consenso se ela é ou não uma orientação sexual.
Outra questão que é importante a ser levada em consideração é a Expressão de Gênero, que condiz com a maneira que as pessoas usam para expressar o seu gênero em sociedade, desde o uso de roupas e acessórios, até detalhes físicos, como gestos, atitudes e o timbre da voz.
Fontes: A Cidade On | Guia do Estudante | G1 | Nexo Jornal | Super Interessante
(Texto: Ricaella Inocente)
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