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Foto do escritorpor Rica Inocente

Resumão de 2018

Com o começo de 2019, faça uma recapitulação dos acontecimentos mais importantes do último ano

'Glória a deuxx' (Créditos: Reuters)

Para viver os próximos dias deste ano que se inicia, dê uma relembrada em alguns fatos que marcaram o ano de 2018 e podem ter desdobramento nos próximos meses:


Intervenção militar

(Créditos: Fábio Teixeira - Vice Brasil)

Decretado em 16 de fevereiro pelo ex-Presidente da República, Michel Temer, ela tinha como intuito dar conta da crise de segurança pública do estado do Rio de Janeiro. A intervenção foi invocada sobre o inciso três do artigo 34, que permite uma intervenção federal para “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública”.


Entretanto, muitos aspectos da intervenção não agradaram a todos, inclusive, pessoas de dentro das Forças Armadas questionaram a ação imposta. A operação levantou muitas críticas em relação a sua verdadeira função. Segundo os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), até novembro deste ano foram registradas 1.444 mortes. Esse número revela que, em comparação ao mesmo período do ano passada, houve um aumento de 39%, sendo que os números obtidos em 2017 são de 1.042 casos registrados.


Também houve um aumento significativo no número de tiroteios durante o período da intervenção. A plataforma Fogo Cruzado registrou 8.237 ocorrências até a manhã do dia 15 de dezembro. No mesmo período do ano passado, foram registrados apenas 5.238. Sem contar os inúmeros casos de mortes suspeitas, de abuso de poder e o medo da população das comunidades em relação aos oficiais do exército.


Entre os casos mais conhecidos da ação controversa dos militares está o caso do menino Marcos Vinícius, assassinado com o uniforme escolar durante uma operação militar. O adolescente de 14 anos foi morto enquanto ia para escolar no dia 20 e junho, junto com mais seis pessoas, em uma ação que a polícia utilizou um helicóptero blindado para fazer rasantes e disparar tiros. E não são apenas os moradores que sofrem com isso, durante o ano de 2018, quatro policias civis, três militares do exercito e 27 policiais militares morreram em serviço. O número sobe para 95 quando levados em consideração os oficiais reformados, da reserva e aqueles que estavam em folga.


Por sorte, o atual Presidente da República, que tomou posse no dia 1º de janeiro, Jair Bolsonaro, afirmou que não irá prorrogar o prazo do decreto, mas informou que pode manter o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).



Marielle Franco

(Créditos: Mídia NINJA)

Assassinada no dia 14 de março, junto com seu motorista, Anderson Pedro Mathias Gomes, voltando de um compromisso, o seu caso ainda não foi solucionado, apesar dos quase 10 meses de investigação. Os investigadores culpam as milícias do Rio de Janeiro, uma vez que a vereadora lutava contra esses grupos, entre as diversas ações onde atuava.


O caso de Marielle chegou a ser levantado pela Anistia Internacional, que propôs a criação de uma comissão externa, formada por especialista, peritos e juristas, que pudessem ter acesso às investigações e acompanhá-las, enquanto as investigações seguiam em sigilo. A organização demonstrou interesse devido ao histórico de assassinatos de defensores de diretos humanos no Brasil. De acordo com a Front Line Defenders, que utiliza dados da Comissão Pastoral da Terra, o Brasil é um dos países que mais mata ativistas, sendo que em 2017 foram registradas 70 execuções, delas, 28 foram chacinas, entre as 312 registradas em todo mundo.


Em julho, dois suspeitos foram apreendidos pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ambos, supostamente, integravam a milícia de Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Curicica. Orlando foi apontado, no começo das investigações, de ser um dos mandantes de assassinar a vereadora, junto com o vereador Marcello Siciliano. Em agosto, os deputados estaduais do MDB, Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani, começaram a ser investigados pelos responsáveis do caso de Marielle. Esses mesmo políticos já tinham sido presos anteriormente em uma das fases da Operação Lava Jato, acusados de receber propina de empresários de ônibus.



Lula preso

(Créditos: Franciso Proner Ramos)

No dia 09 de abril de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se entregou a Polícia Federal no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. A ordem de prisão foi expedida pelo ex-juiz Sérgio Moro. A pena de Lula é de 12 anos e um mês, devido ao processo do triplex do Guarujá. Considerado o maior líder petista, ele foi o primeiro ex-presidente da história do país a ser preso por crime comum, como corrupção e lavagem de dinheiro.


A rendição do petista se deu após um grande tumulto da sua saída do sindicato, onde estava localizado. A polícia necessitou de duas tentativas para fazer com que o petista saísse do prédio. Saindo de lá, ele foi levado à Superintendência a PF em São Paulo e logo após o exame de corpo de delito, foi transferido à sede da Polícia Federam, em Curitiba, onde segue preso.


Fonte: Estadão


Greve dos Caminhoneiros

(Créditos: El País)

Iniciada no dia 21 de maio, a greve teve duração de 11 dias e parou o país inteiro. O intuito da paralisação era protestar contra o preço do diesel, para isso, caminhoneiros pararam em rodovias do Brasil e da região de Campinas, impedindo e dificultando o transporte, não só de combustível, mas também de insumos básicos, como comida.


A greve causou pânico em muitas cidades, principalmente em Campinas, onde os postos não tinham combustíveis e os poucos que possuíam, tinham que dar preferências aos carros de serviços públicos. As escolas tiveram as aulas suspensas, algumas empresas pararam o seu funcionamento, devido a impossibilidade de seus funcionários chegarem até o ambiente de trabalho. As frotas de ônibus foram reduzidas e muitos estabelecimentos ficaram com falta de produtos, devido à paralisação do transporte.


Após a negociação dos termos, que via a diminuição dos valores do combustível em até R$0,46, a greve chegou ao fim no dia 31 de maio.



Incêndio Museu Nacional

(Créditos: Veja)

No dia 03 de setembro, o Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro, foi atingido por um incêndio de grandes proporções que teve início durante a noite e destruiu boa parte da estrutura e do acervo que continha cerca de 20 milhões de itens, como fósseis, múmias, peças indígenas e livros raros. O início do incêndio se deu devido a péssima estrutura do ambiente, que já havia sido informada aos responsáveis, mas nada foi feito para mudar a situação.


O museu foi criado por D. João em 1818 e completou 200 anos em junho de 2018. Era a instituição científica mais importante do país e grande referência para pesquisadores nacionais e internacionais. Entre os acervos, o museu tinha coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biológica, arqueologia e etnologia. Foi nesse prédio que a Declaração de Independência do Brasil foi assinada, em 1822.


Entre os itens mais raros do acervo, se encontravam: o crânio de Luzia, fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas, trono o rei de Daomé, um presente que Dom João VI recebeu de um rei africano, o Bendegó, um meteorito de 5 toneladas encontrado no Brasil e múmias e objetos egípcios raros comprados por Dom Pedro I e Dom Pedro II,que formavam a maior coleção egípcia da América Latina.



Eleições 2018

(Créditos: Nelson Almeida - AFP)

Após três meses de pura insanidade nas campanhas eleitorais, o presidente Jair Messias Bolsonaro foi eleito no dia 28 de outubro, com 55,13% dos votos válidos, o que representa 57.797.847 de brasileiros votando no capitão reformado. Essa eleição também ficou marcada com o maior índice de votos nulos e brancos calculados. O político assumiu o controle do país no dia 1ª de janeiro.


Entretanto, antes de chegar a esses finalmente, a população brasileira passou por momentos indescritíveis durante todo o processo das campanhas eleitorais. Com grande participação, as redes sociais influenciaram e muito em todas as discussões relacionadas à política. Disseminação de Fake News, ferramenta utilizada para denegrir a imagem de muitos políticos, principalmente para a direita atacar a esquerda, era muito comum no feed do Facebook e nos grupos de família do WhatsApp. Os papos iam desde mamadeira erótica para crianças distribuídas em escolas infantis até kits-gay que o PT e o Ministério da Educação distribuíam nas escolas públicas. Ambos já foram desmentidos, diversas vezes e podem ser conferidas aqui e aqui.


A coisa foi tão insana, que os debates viraram verdadeiros stand-ups, com direito a tiração de sarro e disseminação de teorias de conspiração, como a URSAL, vinda diretamente do candidato Cabo Daciolo, pai do meme “Glória a deux”. Também teve candidato suspeito de ir embriagado ao debate. Tudo normal para uma eleição que resultou na candidatura de uma pessoa que fala que prefere um filho morto a um filho gay, sem contar que Jair foi vítima de um atentado a sua vida em meio à campanha eleitoral.

O atual presidente também foi destaque na matéria da Folha de S. Paulo, publicada no dia 18 de outubro, que revelou que diversos empresários que apoiavam o candidato compraram pacotes de disparo em massa de mensagens contra o PT, pelo WhatsApp. Os contratos, avaliados em até R$12 milhões, eram considerados ilegais, pois se tratavam de doação de campanha por empresas, o que foi vedado pela legislação eleitoral.


Em seu primeiro dia como presidente, Bolsonaro transferiu a tarefa de demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura, dando um fim as funções da Fundação Nacional do Índio (Funai), assinou um decreto aumentando o salário mínimo de R$954,00 para R$998,00 e, para completar o dia em grande estilo, assinou a Medida Provisória de nº 870/19, onde não é mencionada a população LGBT na lista de políticas e diretrizes destinadas à promoção de direitos humanos.



Sonda em Marte

(Créditos: Super Interessante)

A sonda InSight, que passou sete meses viajando pelo espaço, aterrissou na superfície no planeta Marte no dia 26 de novembro. A missão da sonda é estudar o interior do planeta, para captar informações sobre a constituição geológica de marte, como tamanho, composição do núcleo, passado do planeta, sinais vitais, temperatura, ondas sísmicas e rotação. Além disso, o equipamento possui um sismógrafo e traz uma ferramenta para perfurar o sono marciano por até cinco metros.


A missão, que é gerenciada pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL), em Pasadena (CA), desenvolve missões não tripuladas para a Nasa e estimam que ela vá funcionar por pelo menos um ano marciano, o que é equivalente a cerca de dois anos terrestres. Além de todo equipamento que a InSight possui, ela também levou consigo um chip com dados de 2,4 milhões de pessoas que se inscreveram no site da Nasa para ter suas informações levadas ao espaço.



João de Deus

(Créditos: Exame)

O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi preso no dia 16 de dezembro, quando se entregou a Polícia Civil do estado de Goiás. Ele foi preso por violação sexual e estupro de vulneráveis, que aconteciam em uma sala reservada do centro espírita que administrada, a Casa de Dom Inácio de Loyola, durante atendimentos espirituais.


Conforme os relatos, as mulheres abusadas por João tinham entre 9 e 67 anos. Ao todo, o Ministério Público já ouviu 79 mulheres e recebeu mais de 600 notificações de abusos sexuais. Entre as vítimas, há mulheres de outros estados e até de outros países, que vinham até o centro espírita atrás de aconselhamento espiritual, devido a fama do médium.


Fonte: G1

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