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Foto do escritorpor Rica Inocente

Currículos fajutos e escalada da pandemia: final de junho trouxe muitas emoções

Prisão do Queiroz, meio milhão de óbitos pelo Covid-19, "ministros da educação" mentirosos: o país está bem servido de conteúdo

Mais uma semana para a conta do isolamento social e caminhamos para outra quinzena de quarentena, pelo menos no estado de São Paulo. O Brasil ainda não vê uma luz no final do túnel com a situação da pandemia e a cada dia piora.


Como se não bastasse, a situação política também não está fora da situação catastrófica apontada nos últimos meses. Nas últimas semanas tivemos a prisão do laranja mais querido do Brasil, Fabrício Queiroz, a fuga do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, as mais de 500 mil mortes por Covid-19, entre outros fatos, que só acontecem no Brasil em plena pandemia.


Vamos as vias de fato:


As redes sociais e os canais de comunicação tiveram muito conteúdo para lidar na manhã do dia 18 de junho, quando Fabrício Queiroz foi apreendido na casa do advogada da Família Bolsonaro, em em Atibaia, no interior de São Paulo.


O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro estava desaparecido a um ano e está sendo investigado pela participação no esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), na época em que o 01 (apelido carinhoso de Jair para seu filho senador) ocupava a cadeira de parlamentar na assembleia.


A prisão do laranja mais querido do país foi solicitada pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro e autorizada pela Justiça fluminense. Queiroz tem que explicar a sua participação no esquema e também falar como o atual senador e o digníssimo presidente estão envolvidos com isso, já que o dinheiro que era recebido através das “rachadinhas” era rastreado, chegando de uma forma ou outra, nas contas dos dois últimos mencionados.


O mais engraçado da situação, era que a família Bolsonaro afirmava que não sabia do paradeiro de Queiroz, e ele foi encontrado em um sítio de propriedade de Frederick Wassef, advogado de Jair e de Flávio. Ele advoga para o presidente no caso da facada da época da campanha eleitoral e sobre a citação de Bolsonaro no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco.


Já com Flávio, Wassef advoga no caso da “rachadinha”. Sem contar que Frederick é visto frequentemente no Palácio da Alvorada em reuniões com o digníssimo Jair. O advogado afirmou que não teve contato com o laranja e que não abrigou o ex-assessor, mas também não explicou como ele foi parar na sua chácara em Atibaia.


A CNN Brasil revelou uma suposta delação premiada para Fabrício Queiroz, que estaria preocupado com a situação da mulher dele, que segue desaparecida, e das filhas dele. As fontes da emissora afirmam que a tal delação está sendo negociada com o Ministério Público do Rio de Janeiro.


Fontes: G1 | Terra


Au revoir, Weintraub e Bonjour, Decotelli

Como se o dia não estivesse interessante o suficiente com a prisão de Queiroz, Bolsonaro anunciou no mesmo dia, 18 de junho, a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação. A quinta-feira foi considerada um GRANDE DIA PARA O BRASIL pelos internautas. Não dá para negar o contrário.


A participação de Weintraub estava causando um desgaste na vida política. Desde sua entrada no ministério, Abraham acumulou uma sequência de erros ortográficos nas redes sociais, falas polêmicas em relação à educação, declarações racistas à outros países e intimidação aos ministros do STF, e marcou a sua saída com a revogação das cotas raciais para ingressar nos cursos de pós-graduação das universidades federais.


Para a cereja do bolo, o ex-ministro foi indicado pelo governo brasileiro para ocupar um posto de diretor-executivo do Banco Mundial. Os outros países envolvidos na direção, assim como investidores, pediram a revisão dessa indicação, que precisa ser aprovada pelos países participantes.

Na quinta-feira seguinte, 25 de junho, o MEC - Ministério da Educação - anunciou um um nome favorável ao cargo de ministro, Carlos Alberto Decotelli da Silva. Mas, mal foi nomeado, o "talvez futuro" ministro chegou carregando diversas polêmicas.


Decotelli está nos holofotes devido as mentiras que contou no seu currículo e por suposto plágio na sua dissertação de mestrado. A confusão começou com o anúncio do seu currículo lattes, que pontuava alguns certificados em universidades internacionais.


A primeira correção começou com o reitor da Universidade de Rosário, na Argentina, que informou que o Decotelli não tem o doutorado pela instituição, ele apenas completou os créditos obrigatórios pela matéria que cursava - Administração -, mas não chegou a defender a sua tese, que teria sido reprovada.

Procurado pela GloboNews, Decotelli afirmou que não defendeu a tese porque “não tinha mais interesse em ficar na Argentina”. Após a polêmica, Carlos Alberto editou o currículo e mudou as nomenclaturas do documento.


Mas, como a situação não estava ruim o suficiente, foi identificado uma outra mentira no currículo de Decotelli. A Universidade de Wuppertal, da Alemanha, afirmou que o "talvez futuro" ministro não tem pós-doutorado pela universidade, que ele passou três meses na instituição como pesquisador e não chegou a lecionar o curso ou pegar um certificado pela pós.

Quanto à alegação de plágio, um dos professores do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisas), Thomas Conti, publicou em seu twitter alguns trechos da dissertação de Decotelli para seu mestrado na FGV e os comparou a um relatório administrativo do Banrisul na CVM (Comissão de Valores Imobiliários).


As partes do texto divulgadas são muito parecidas, e na parte das referências bibliográficas, o "talvez futuro" ministro não faz nenhuma referência ou citação, como se as informações incluídas no documento fosse de autoria do autor.

Diante da situação, o governo brasileiro resolveu adiar a posse de Decotelli, que seria realizada hoje, 30 de junho. As fontes informaram que ainda não tem uma nova data para a nomeação oficial e que o governo decidiu fazer uma “checagem completa” do currículo de Carlos Alberto.


Mas apesar do adiamento, Decotelli não precisa se sentir mal pelas mentiras no currículo. Caso seja nomeado, ele não será o primeiro ministro a aumentar os contos para parecer um candidato favorável ao cargo.


Fonte: Uol | Exame | G1 | Uol


Mais de meio milhão de mortes por coronavírus

Chamou sua atenção? Pois é, nos últimos dias, além de bater mais de 1 milhão de infectados, o Brasil também registrou mais de 50 mil de mortes pelo Covid-19. O meio milhão foi a marca mundial de vidas pedidas.



Na tarde de ontem, 29 de junho, o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que 1 a cada 4 mortes pelo novo coronavírus no continente Americano acontece em solo brasileiro. Apesar dos maiores números serem registrados nos Estados Unidos, o Brasil está concorrendo com a potência para ocupar o 1º lugar do ranking.


Na manhã do último domingo, 28 de junho, a Universidade Johns Hopkins divulgou que o mundo registrou mais de 10 milhões de infectados pelo Covid-19 e que o vírus já acabou com a vida de mais de 500 mil pessoas. O Brasil representa 11% das mortes totais do planeta.


Coloca a máscara, Bolsonaro!


Mas, se os números de casos do novo coronavírus não te surpreende, você pode se chocar com a decisão da Justiça Federal de Brasília, que obrigou o presidente Jair Bolsonaro a usar máscara em locais públicos, o que o digníssimo não faz e não fez no último final de semana, quando fez alguns passeios aleatórios por Goiás e Minas Gerais.


O descumprimento da regra vai multar o digníssimo em 2 mil reais caso se recuse a usar a máscara em público. O juiz Renato Borelli, responsável pela limiar, afirma que Bolsonaro deliberadamente se recusa a usar o equipamento de segurança o que “mostra claro intuito em descumprir as regras impostas pelo Governo do Distrito Federal”.


Entretanto, Bolsonaro segue sendo a pessoa mais teimosa do mundo e recorreu daa decisão que o obriga a usar a máscara (?!?). O pedido foi realizado através da Advocacia-geral da União (AGU), que afirma que é “preciso respeitar a autonomia do governo para definir o uso obrigatório da máscara para o presidente e servidores federais”.


Para a nossa salvação, Bolsonaro não é um exemplo a ser dado para milhões e brasileiros que o veneram e o seguem avidamente.


Vidas indígenas em perigo


Os povos indígenas, além de lutarem contra o desmatamento das suas terras “protegidas” agora tem que lidar com uma pandemia descontrolada em seus territórios. Não tem um número geral apenas para mortes indígenas causadas pelo Covid-19, mais os nativos estão sendo dizimados.


Segundo informações divulgadas por uma matéria do El País, no dia 27 de junho, a disseminação do vírus pode afetar aldeias isoladas, que não tem contato com a sociedade. Os casos registrados não contabilizam as infecções e mortes desses povos isolados, o que pode tornar o cenário ainda pior.


O que muitas pessoas não entendem é que, além do acesso precário a saúde, as comunidades indígenas sofrem muito com a morte de seus idosos, que são líderes, conselheiros e pessoas importantes para a sociedade que eles constroem.


Por serem do grupo de risco, os anciãos estão mais expostos ao vírus do que outros moradores da comunidade. Com a morte dessas pessoas, boa parte da cultura e dos costumes desses povos indígenas se perdem com o tempo, o que não é preservado na cultura brasileira no geral.


Campinas

A Prefeitura da cidade de Campinas anunciou na manhã de ontem, 29 de junho, que a cidade já conta com 7.848 pacientes infectados e 296 óbitos. O Sistema Único de Saúde (SUS) segue com 100% de lotação, de acordo com os dados divulgados no último domingo, 28 de junho.


Fontes: G1 | G1 | El País | Exame | CNN Brasil | G1 | Nexo Jornal | G1


Repressão policial em tempos de isolamento social

Manifestação contra a violência policial que ocorreu no Rio de Janeiro no dia 31 de maio (Foto: MAURO PIMENTEL / AFP)
Manifestação contra a violência policial que ocorreu no Rio de Janeiro no dia 31 de maio (Foto: MAURO PIMENTEL / AFP)

A periferia nunca tem paz. Em plena pandemia, comunidades do Rio de Janeiro registraram ações policiais “em busca de traficantes” que obrigaram os moradores a saírem às ruas e fazerem aglomerações em diversos pontos dos bairros.


Uma dessas “buscas por traficantes” ocasionou a morte do adolescente João Pedro Pinto, de 14 anos, que foi baleado enquanto brincava com os primos no quintal de casa, localizada no Complexo Salgueiro, em São Gonçalo. A residência onde João estava contava com 70 perfurações de bala e os agentes responsáveis por seu assassinato ainda levaram o corpo do menino, sem autorização dos familiares.


O menino, morador de periferia, de pele negra, ficou desaparecido por horas e foi necessário uma ação pelas redes sociais para que o corpo de adolescente fosse identificado e localizado no Instituto Médico Legal (IML).


Outro ponto interessante é que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública registrou um aumento de 31% de mortes cometidas pela polícia nos primeiros 4 meses do ano, em comparação a 2019.


Durante o mesmo período do ano passado, o estado registrou 291 mortes cometidas pela polícia, neste ano, São Paulo acumulou 381 mortes por policiais. É importante ressaltar que o isolamento social teve início em março, sendo abril um dos meses mais rigorosos da quarentena imposta pelo governo do estado de São Paulo.


E não é só no Brasil, em outras partes do mundo, a repressão policial tem sido utilizada como uma desculpa para impor o isolamento social em periferias.


O caso é tão sério, que em abril, quando o Brasil também registrou boa parte dos casos de abuso policial, a ONU expressou preocupação com os países que declararam estado de emergência em decorrência da pandemia e prendia ou detia milhares de pessoas e assassinavam outras, “para conter a disseminação do vírus”.


O estado repressor encontrou uma nova desculpa para dizimar as vidas de periferias.


Fonte: El País | G1 | G1


Pressão externa obriga governo brasileiro a prestar mais atenção na Amazônia

O Brasil está sendo cobrado por sua falta de cuidados com a floresta amazônica. Em plena ascensão do coronavírus durante o mês de abril, a Amazônica registrou um aumento de 64% de desmatamento em comparação ao mesmo período de 2019.


Os dados foram apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com base nas imagens observadas por satélites que cobrem a região e monitoram o desmatamento da floresta amazônica.


Diante da situação devastadora do desmatamento, alguns grupos internacionais se mobilizaram e pediram um boicote a produtos importados do Brasil, para impactar a comercialização de itens brasileiros e chamar atenção dos investidores para a situação da floresta.


Os envolvidos no gerenciamento do fundo de investimentos estrangeiros também se organizaram e cobraram o digníssimo presidente do Brasil sobre o desmatamento da Amazônia.


O grupo gerencia um montante de US$ 4 trilhões - aproximadamente R$ 20 trilhões - e divulgou uma carta aberta pedindo a suspensão do desmatamento e alertando para a perda da biodiversidade e a emissão do carbono e como essas atividades representam um “risco sistêmico” aos seus portfólios.


Alguns integrantes do grupo do fundos de investimento, vindos de países europeus, asiáticos e sul-americanos, demonstram preocupação com a administração de Jair, e acreditam que ele está usando a pandemia para encobrir a desregulamentação ambiental e o desmatamento da floresta.


O grupo se preocupa com a situação do desmatamento e como isso afeta a vida sustentável do planeta, como com as consequências e os riscos de reputação que as empresas investidoras possam sofrer caso estejam vinculados com a Amazônia.


Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro não se posicionou como um defensor da preservação ambiental. Ele “incentiva” o desmatamento e agrada os interesses de empresas que têm interesses em usar de forma comercial as áreas protegidas por lei ambiental, com suas falas polêmicas e desprezo pela riqueza e importância da floresta para o meio ambiente.


Fontes: Uol | Go Outside

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