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Foto do escritorpor Rica Inocente

Resumo da semana

Atualizado: 25 de jul. de 2018

Acontecimentos entre os dias 12 e 17 de março


Entre os fatos da semana passada, dois foram os que mais me chamaram a atenção. Abaixo você confere um resuminho do que aconteceu essa semana, com uma pitada do meu ponto de vista.


“Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”

Na quarta-feira passada, a vereadora Marielle Franco foi executada enquanto voltada de um evento que acontecia na Lapa. Para quem não conhece, a vereadora realizava diversas críticas a atuação dos policiais da 41º Batalha da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que, segundo suas acusações, aterrorizam e violentam os moradores de Acari.


Segundo ela, a ação dos policiais ficou mais agressiva após o inicio da intervenção militar e sua última denúncia, que era realizada pela página do Facebook, falou de um jovem que foi morto pela polícia enquanto saia da igreja.


Marielle foi quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro, foi da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa das Mulheres. Ela fazia parte da comissão que ficou responsável por fiscalizar a intervenção federal que acontece no Rio, sua função seria acompanhar a ação dos militares dar seu parecer.


O armamento usado para o crime pertence a um lote vendido pela Companhia Brasileira de Cartuchos para a Polícia Federal em Brasília e, por uma incrível coincidência, a mesma munição foi usada na chacina de Osasco, em 2015, onde um policial militar foi condenado pelo crime.Outra grande coincidência foi o modus operandi do crime, que condiz com a emboscada que matou a juíza Patrícia Acioli em 2011. A juíza atuava contra grupos milicianos, que posteriormente, foi descoberto o envolvimento de integrantes da milícia carioca na execução de Patrícia.


A ação, muito próxima a um enredo de filme, traz a tona o poder das milícias no estado do Rio de Janeiro, que mesmo sobre uma intervenção militar, não tem controle da segurança pública da cidade, colocando a prova a real funcionalidade dos militares na intervenção.


Fonte: El País


“Quer o fim do tráfico? Legalize as drogas”

Antônio Bonfim Lopes, ex-traficante conhecido como Nem da Rocinha, preso numa penitenciária de proteção máxima em Porto Velho, cedeu uma entrevista ao jornal El País esse semana.


Nem cumpre uma cena de 96 anos, por tráfico de drogas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Ele é uma das principais lideranças da facção criminosa Amigos dos Amigos e se tornou um dos traficantes mais populares da comunidade. O seu mandato na Rocinha durou de 2004 à 2011, sendo tido como o período de mais tranquilidade no local.


Na sua entrevista, ele explica como funcionava a pacificação da favela, que manteve os níveis de crimes mais baixos e deixava a polícia fora da comunidade, tornando a Rocinha a favela mais lucrativa do Rio de Janeiro, movimentando cerca de 15 milhões de reais por mês.


Segundo ele, a intervenção federal não vai dar em nada, pois existe corrupção dentro do exército também. Para ele, a solução para a violência no Rio seria o investimento em educação e em políticas sociais, os militares na cidade são apenas uma jogada política, para atrair votos.


Questionado sobre a situação, ele afirma: “Além de investir em educação, se você quer acabar com o tráfico você precisa legalizar as drogas. Quer tirar todo o poder do traficante? É só legalizar”, afirma, com uma ressalva. “Não adianta só legalizar. É preciso falar sobre isso nas escolas. Ensinar desde cedo o que é a droga. Não adianta falar apenas ‘droga é ruim’, ‘ não usa’. O jovem tem curiosidade com isso”.


Fonte: El País


(Texto: Ricaella Inocente | Imagens: Google)

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