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Foto do escritorpor Rica Inocente

Quantos Bolsonaros são necessários para acabar com o Brasil?

Desde comentários infantis a decisões vergonhosas, o governante brasileiro está no caminho para prejudicar o país em todos os aspectos possíveis

Presidentes junto na cimeira do G20 em Osaka em junho passado (Créditos: JACQUES WITT (AFP))

Nos últimos dias, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi protagonista de fatos inimagináveis vividos pela política mundial. O atual representando político do país entrou em conflito, infantil, com o presidente da França Emmanuel Macron. Entre as birras, o presidente não gostou da declaração do presidente da francês sobre a Floresta Amazônia no seu Twitter na semana passada e ainda endossou um comentário preconceituoso feito em suas redes sociais a respeito da atual primeira-dama da França.


Os desentendimentos começaram na quinta-feira da semana passada, 22 de agosto, quando Macron publicou em suas redes sociais uma mensagem em apoio a defesa da Amazônia. No post o presidente francês se refere a floresta como “Nossa casa está pegando fogo”. A declaração fez com que Bolsonaro, que até então não tinha se manifestado positivamente sobre as queimadas, questionasse Emmanuel sobre uma “questão interna do Brasil”, já que argumentar sobre os incidentes amazônicos no G7, sem a participação do Brasil, “evoca mentalidade colonialista descabida no século 21”. No mesmo dia, o deputado e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, repostou um vídeo do youtube na sua conta do Twitter, em que um youtuber chama o presidente da França de idiota.


Não contente com o que já havia feito, no dia seguinte, ele foi ao ar em um pronunciamento sobre as queimadas, falando sobre a importância da floreta para o país e que estava enviando militares e agentes da polícia militar para apagarem os focos de incêndio e começarem uma investigação a respeito de quem teria iniciado o fogo. Mas, como o Brasil está felizmente evoluindo e percebendo onde se meteu, o pronunciamento foi recebido com panelaço.

Charge que vem sendo veiculada em jornais estrangeiros

Como já imaginado, alguns países da União Europeia, diante das declarações e postura infantil do presidente do Brasil, começaram e ponderar a respeitos dos tratados que vinham sendo conversados. Os líderes presentes na abertura da cúpula G7, no sábado, 24 de agosto, demonstraram interesse em parar as negociações comerciais com o Mercosul enquanto o Brasil não controlar a situação na Flores Amazônia. A Irlanda chegou a anunciar que poderia sair do acordo e a Finlândia chegou a considerar a suspensão da importação de carne bovina brasileira, em resposta as queimadas.


Em 2018, a exportação de carne bovina atingiu o valor de US$ 6,57 bilhões, um aumento de 7,9% em comparação ao ano anterior. A União Europeia é um dos maiores consumidores da carne produzida no país e a interrupção da exportação iria afetar no diretamente no orçamento do Brasil.


E, se a situação não estava caótica o suficiente, Bolsonaro compactuou com uma brincadeira sexista feita em sua página no Facebook, ainda no sábado. Na publicação, um de seus seguidores faz uma ligação infantil entre a atual primeira dama da França, Brigitte Macron e a esposa do presidente brasileiro, Michelle Bolsonaro, comparando a aparência das duas mulheres. Entre tantos comentários que poderiam ser respondidos, Bolsonaro postou “não humilha cara. Kkk..”, como se o Brasil fosse uma sala de 5ª série. E, no domingo, o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, achou que era viável falar mal do presidente Francês no Twitter.

Não é para mais, Macron se decepcionou com as atitudes de Bolsonaro e, na última segunda-feira, 26 de agosto, durante o discurso na cúpula do G7, questionou se o presidente do Brasil está “à altura” do cargo, uma vez que fez piadas e deixou com que um de seus políticos desrespeitasse um presidente, sem repreensão. O presidente da França chamou o brasileiro de mentiroso, se referindo as conversas sobre as mudanças climáticas que tiveram na reunião do G20 em Osaka e relembrou o papelão protagonizado por Bolsonaro ao desmarcar uma reunião com o Ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian, para cortar cabelo ao vivo em suas redes sociais.


Mas, como se não fosse o suficiente, a cúpula do G7 disponibilizou ao Brasil uma ajuda de US$ 20 milhões (cerca de R$83 milhões), que o Palácio do Planalto resolveu rejeitar. Entre os motivos estão as imposições feitas pelo grupo para o envio do valor e que Emmanuel Macron descarta a possibilidade de conferir um status internacional a floresta. Agentes próximos ao presidente do Brasil afirmaram que a declaração foi realizada sem antes ser confirmada com Bolsonaro, mas que mesmo assim, assuntos como a Amazônia, devem ser tratados internamente e não como um tema global.

Céu próximo a mata ardendo em chamas (Créditos: Ueslei Marcelino/Reuters)

A Floresta Amazônica é responsável por cerca de 20% do oxigênio do planeta Terra, sem contar que ela influência nos regimes de chuva de toda a América do Sul e contribui para a estabilização do clima global. Os seus rios voadores, derivados da quantidade de água produzida pela mata, leva umidade a outras regiões do país e até mesmo para países vizinhos, sendo importante também para a bombeação de água para a nossa atmosfera, o que equilibra nas mudanças climáticas do planeta. Além disso, o desmatamento da área libera carbono para a atmosfera, gerando o efeito estufa, pois as árvores retêm carbono no solo e nas árvores, uma vez em chamas, esse elemento é liberado na forma de dióxido de carbono e agride o meio ambiente.


Apesar dos embates sobre a soberania sob a Amazônia, em reunião com o presidente Bolsonaro, nesta terça-feira, 27 de agosto, os governadores da região da mata, disseram que o investimento pode vir a calhar e pediram que o a briga entre os dois governantes seja cessada. O governador do Pará sugeriu que a rixa fosse deixada de lado e que o governo federal focasse na solução das queimadas e na preservação da imagem do Brasil no exterior, que claramente anda conturbada na cena política mundial.


Mais um capítulo da história


Na última quarta-feira, 28 de agosto, alguns jornais franceses comentaram sobre a postura do presidente brasileiro. O jornal LUnion, de Reims, afimou que "Se estupidez e a responsabilidade tivessem um prêmio Nobel, ele seria indiscutivelmente dado a Jair Bolsonaro", outro o Le Presse de La Manche, sugere que só voltem as negocioações com o Brasil quando "o senhor Bolsonaro sair da sua crise de histeria".


No mesmo dia o brasileiro chegou a reconsiderar o pedido de desculpa de Macron para acetiar a veba do G7, uma vez que o francês deixou que claro que só manterá o acordo União Europeia - Mercosul, se a crise com a floresta receber a devida atenção do governo. A imposição é um ponto crucial para o Brasil, uma vez que países estão ameaçando boicotar as exportações daqui devido a situação da Amazônia.



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