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Foto do escritorpor Rica Inocente

Coronavírus chegou no Brasil, e agora?

Atualizado: 17 de mar. de 2020

As novas recomendações são que a população fique em suas casas para evitar a disseminação, mantenha a rotina de higiene e procure por ajuda médica caso sinta os sintomas do Covid-19

Imagem ilustrativa de vírus (Foto: Unsplash)
Imagem ilustrativa de vírus (Foto: Unsplash)

O coronavírus (atual Codiv-19) ganhou notoriedade no começo de fevereiro e o ‘por Rica Inocente’ falou a respeito dele nesta publicação aqui. Mas com o seu avanço pelo mundo e as baixas que vem causando, no dia 10 de março, ele foi classificado como uma pandemia pelo OMS (Organização Mundial da Saúde). No Brasil, como a vida só começa depois do Carnaval, o vírus aterrizou por aqui após as festividades, através de um paciente de 61 anos em São Paulo.

O caso foi identificado no hospital Albert Einstein e encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz para a contraprova. Os testes foram realizados em três horas e confirmaram a infecção por coronavírus. O paciente 0 brasileiro é um homem de São Paulo que passou uma temporada na Itália, justamente na época que o país começou a registrar diversos casos da doença. O senhor estava em quarentena, a sua família em observação e os passageiros que estavam no mesmo voo do paciente estão em observação também. De acordo com uma matéria divulgada pelo o G1, um paciente de coronavírus já foi curado, mas não se tem informações sobre esse caso e nem as medidas tomadas para a cura.


O brasileiro, como de praxe, usou do seu bom-humor para ilustrar a situação e tirar sarro do fato que ocorreu logo após o carnaval, quando a cidade de São Paulo bateu o recorde em blocos realizados na cidade. Algumas fake news também surgiram, levantando um temor entre a população. Diversos canais de TV, com programas jornalísticos e portais conhecidos, liberaram os seus conteúdos sobre a pandemia para que o público tenha fácil acesso a informações confiáveis, auxiliando na contenção de disseminação de notícias falsas.

De acordo com as informações mais recentes, o Brasil conta com mais de 200 casos confirmados de coronavírus e 2064 casos suspeitos. As recomendações do Ministério da Saúde são para que a população evite aglomerações, limpe sempre as mãos, durante 20 segundos, mantenha os ambientes arejados, evite o contato com pessoas que estejam doentes ou com suspeitas de contaminação e se houver uma possibilidade de estar contaminado, busque por ajuda médica. Para ajudar um pouco com a prevenção na contaminação, o jornal Estadão preparou um passo a passo de “Aprenda a Lavar as Mãos”, confira:

Para evitar a disseminação do Covid-19, os municípios estão tomando medidas preventivas para evitar a movimentação dos cidadãos pelas ruas. Eventos de grande porte foram adiados, escolas e universidades foram fechadas e os setores privados estão aconselhando os seus colaboradores a trabalharem de casa até segunda ordem. O 'por Rica Inocente' falou sobre isso aqui.



Novidades do Coronavírus

Pesquisadora trabalhando com amostra de bactérias (Foto: Unsplash)
Pesquisadora trabalhando com amostra de bactérias (Foto: Unsplash)

Desde a última publicação a respeito do vírus aqui no blog, a doença ganhou uma nova nomenclatura. Apelidado de Covid-19, o termo segue as diretrizes internacionais que pedem para não fazer referência a locais, animais, indivíduos ou grupos de pessoas. Essa regra também pede para que o nome seja pronunciável e que estabeleça alguma relação com a doença.


Aqui no Brasil, após a sua chegada, o vírus foi decodificado por pesquisadoras da USP e novas informações surgiram a respeito dele. De acordo com os estudos o vírus vem sofrendo mutações a cada lugar onde ele é identificado. Após a confirmação dos primeiros pacientes aqui no país, foi constatado que os dois possuem genomas diferentes. O primeiro paciente possuía uma cepa parecido com o vírus que se propaga na Alemanha e o segundo com o da Inglaterra.


O genoma funciona como a identidade do vírus guardada em seu código genético. O RNA é representado por uma sequência de letras. O reconhecimento do genoma e também das modificações dele facilita no desenvolvimento de testes, vacinas e remédios que possam lutar contra a infecção.

Ao redor do mundo, os cientistas ainda estudam uma cura para o Covid-19, mas os pesquisadores afirmam que a cada mil novos casos, a chances do paciente morrer é de cerca de 1%. Lembrando que isso depende de vários fatores, desde as condições de saúde do infectado, o sistema de saúde do país onde a pessoa está, como a idade, histórico médico e outros.


O fato é que muitas pessoas correm mais riscos que outras, como idosos e pessoas com doenças pré-existentes. Recentemente, houveram registros de casos de crianças infectadas e até mesmo mortas devido ao Covid-19. Alguns médicos e pesquisadores relatam que o perigo não é tanto se comparado à dengue no Brasil, por exemplo. O que assusta é o vírus ser novo e ainda não existir uma vacina que dê conta da infecção. Em outro casos de gripe é comum as mutirões de vacinas durante as estações de frio, mas mesmo assim muitas pessoas morrem de gripes simples.

Para alegria de todos, os EUA está realizando testes em humano para uma possível cura contra o vírus. De acordo com comunicado dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), a fase 1 da pesquisa clínica envolve 45 voluntários, com idades entre 18 e 55 anos. Antes disso, Cuba já havia desenvolvido um medicamento que auxiliou no tratamento de 1500 pacientes chineses. A informação foi confirmada pelo governo, mas muitas informações errôneas circularam pela internet, afirmando que o país teria desenvolvido uma cura.



Girl Power

O Brasil sequenciou o genoma do vírus em apenas 48 horas após a identificação do primeiro paciente, como dito no bloco acima, o sequenciamento da doença auxilia no desenvolvimento de vacinas para o tratamento da infecção. O grupo responsável pelo feito foi liderado por mulheres e trouxe a tona uma discussão nas redes sociais à respeito das supostas “balbúrdias” que rolam nas universidades federais.


Alguns internautas chegaram a zoar o fato de “mesmo pelados, enfiando o dedo no c* e plantando maconha, os pesquisadores de universidade federal conseguiram decifrar o genoma do coronavírus”. A brincadeira foi feita devido a declaração do Ministra da Educação, Abraham Weintraub, que disse que as faculdades brasileiras estão cheias de balbúrdias e plantações excessivas de maconha.

As responsáveis pelo acontecimento foram a bioquímica Jaqueline Goes de Jesus, que faz pós-doutorado em Moléstias Infecciosas, sob orientação da pesquisadora Ester Sabino, outra responsável pela equipe responsável pelo sequenciamento do genoma. A médica se formou na USP, fez residência em Pediatria, mas a sua área de interesse era trabalhar com o desenvolvimento de pesquisas. Ela foi a primeira mulher a dirigir o Instituto de Medicina Tropical da USP e hoje lidera os trabalhos para mapear a dinâmica das epidemias em tempo real. Além das mulheres que encabeçaram a força tarefa, o rápido resultado só foi possível devido à cooperação em rede com pesquisadores de outros países e universidades.


De acordo com uma matéria do Estadão, as pesquisadores se surpreenderam com a reação do público, pois o prazo dos resultados obtidos é “normal” lá na universidade. A tecnologia utilizada para sequenciar o genoma já é usado para outras doenças, como por exemplo, rastrear a mesma rapidez a atual epidemia de dengue. Os mesmos pesquisadores envolvidos nessa ação já vinham trabalhando em outras formas de simplificar e baratear os equipamentos que fazem o sequenciamento.



Casos no mundo


No mundo, os países estão tomando medidas drásticas para amenizar a situação que se instalou em seus territórios. A Itália, novo epicentro da doença, chegou a registrar mais de duas mil mortes devido ao coronavírus, com 23.073 casos confirmados. O país selou suas fronteiras e impediu que a população fosse as ruas para evitar a disseminação da doença e novas contaminações.


A Europa tomou a mesma decisão e vai barrar a entrada e saída das pessoas do continente por 30 dias para tentar amenizar o contágio e diminuir os casos ativos da doença. Alguns países da América do Sul seguiu o exemplo e estão fechando as portas para entrada e saída de passageiros.


No mundo, as mortes causadas pelo coronavírus já superam as registradas na China, com sete mil baixas comunicadas ao redor do mundo, sendo a maior parte delas na Itália. De acordo com a OMS, são 170 mil casos confirmados em 152 países e territórios. Esses números tendem a crescer nas próximas semanas.



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