País é o único a enfrentar uma crise política, de saúde e econômica ao mesmo tempo
Fomos surpreendidos novamente!
A intenção desta publicação quando abri o arquivo do word na última semana era falar sobre o avanço do coronavírus no Brasil. Mas, claro, Bolsonaro tinha que agir, então o texto tomou um novo rumo.
Rumo esse que nenhum de nós brasileiros temos certeza, mas essa publicação irá te ajudar a compreenderem um pouco da confusão política dos último dias. E fica tranquilo, vai ter sobre o coronavírus também!
O circo pegando fogo
Tudo começou quando, no auge da sua infantilidade, Bolsonaro fez valer a “força da sua caneta” e demitiu o então Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no dia 16 de abril. Entre as suas lives corriqueira, Jair afirmou que “a linha dele (Mandetta), como médico, era voltada quase exclusivamente para a vida”. Uma declaração um tanto quanto inusitada tendo em vista a situação do país.
O escolhido para a vaga foi o oncologista Nelson Luiz Sperle Teich, que também atuou como consultor informal de saúde do atual presidente durante a campanha eleitoral. O médico tomou o poder no dia 17 de abril.
Entre os planos anunciados durante o evento de posse, o atual ministro afirmou que pretende estabelecer um “programa de testes” para ampliar o conhecimento sobre a disseminação do coronavírus no país.
Após a determinação e apresentação do novo ministro, Jair, que é contra o isolamento social e a favor da reabertura dos comércios, participou de protestos no domingo do dia 19 de abril. As manifestações ocorreram em diversas cidades do país e pediam pela intervenção militar e apoiavam o presidente.
Por mais óbvio que seja, os agrupamentos vão contra as determinações da OMS, que pede para que todas as pessoas se mantenham em isolamento social para impedir a propagação do coronavírus. Mas, os seguidores do bolsonarismo seguem afirmando que isso é histeria causada pela mídia sensacionalista.
Como se não bastasse a situação, Moro quis apimentar a relação com Jair e saiu do Ministério da Justiça e Segurança Pública na sexta, 24 de março, fazendo alegações contra Bolsonaro. Alegações que afirmavam que o atual presidente queria alguém no comando da Polícia Federal que pudesse passar informações sobre casos em andamento.
Começo do fim
A situação teve início quando na quinta-feira, 23 de abril, o presidente conversou com Moro sobre a demissão do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Segundo o presidente ele não estava contente com a posição dele e queria colocar alguém com quem “tivesse mais contato”.
A verdade é que Jair estava atrás dessa demissão desde o ano passado e sempre tocava nesse assunto, pressionando o então ministro a fazer a troca do diretor. O ex-diretor, Valeixo, comentou algumas vezes que realmente queria deixar o cargo devido o assédio de Bolsonaro contra ele, mas em nenhum momento afirmou que realmente iria deixar a posição.
Na sexta-feira, 24 de abril, o Diário Oficial da União amanheceu com o aviso da exoneração do diretor-geral e, abaixo da declaração, a assinatura de Moro. Surpreendido com a determinação, o jurista afirmou que não tinha assinado aquele documento e que não tinha conhecimento dessa demissão.
O magistrado tomou isso como uma afronta e alegou que “esse último ato é uma sinalização de que o presidente realmente me quer fora do cargo”. Palavras de Moro. Mas, ele não fez apenas uma saída simples, ele saiu falando tudo o que devia e um pouco mais.
Entre as alegações que Sérgio fez durante a coletiva que confirmava a sua saída do governo, ele disse que o presidente queria interferir na PF. Afirmou que Bolsonaro queria uma pessoa que “ele pudesse ligar, colher relatórios da inteligência”.
O jurista também afirmou que queria que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ficasse sobre administração do seu ministério, mas o presidente passou o órgão para o Banco Central. A Coaf investigou o filho de Jair, Flávio Bolsonaro, mas a operação não teve nenhum sucesso depois da mudança.
Outro motivo para a saída de Moro foi a demissão de Mandetta do Ministério da Saúde. Não só pelo médico ter saído do cargo, mas também pela postura de Jair em relação a pandemia, a qual ele demonstra tamanho desrespeito.
No mesmo dia, no final da tarde, o presidente foi em rede nacional para um pronunciamento para “responder” a decisão do magistrado e também as acusações feitas. Jair falou por mais de 40 minutos sobre temas aleatórios, deixando muitos internautas confusos sobre o que estava sendo dito, para no final falar o que realmente foi à frente das câmeras se pronunciar.
Bolsonaro tentou reverter a situação e falar que Moro, na verdade, teria concordado com a troca de Valeixo caso ele fosse indicado para o STF e Bolsonaro, em toda a sua índole, teria afirmando que isso nunca iria acontecer, pois não era assim que as coisas aconteciam por ali.
Em outra parte do discurso, ele afirmou que nunca tentou interferir no trabalho da Polícia Federal, mas que sim, pedia relatórios das ações para saber “o que fazer com a grande nação”. Ele também afirmou que Moro se preocupou mais em saber “Quem matou Marielle” do que “Quem tentou matar seu chefe supremo”.
Cobrado sobre as provas das alegações, Moro enviou, com exclusividade, dois prints para o Jornal Nacional mostrando o que tinha afirmado e provando que a ideia de ir ao Supremo não tinha vindo dele e sim de uma outra política, a deputada federal Carla Zambelli.
Nas mensagens que se tratavam de Bolsonaro, o presidente enviava para o então ministro, um link de uma matéria do portal O Antagonista, falando que alguns deputados Bolsonaristas estariam sendo investigados pela PF e que esse seria o momento ideal para trocar o diretor-geral. Moro respondeu ao presidente explicando como aqueles casos costumavam correr na justiça e que eles não poderiam realizar nenhum tipo de interferência.
No mesmo dia e no sábado, 25 de abril, várias instituições, organizações e outros políticos, endossaram dezenas de pedidos de impeachment contra Bolsonaro, afirmando que as acusações feitas por Moro feriam a constituição e pedindo a investigação dos casos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já entrou com um pedido no STF (Supremo Tribunal Federal), para que seja instaurado um inquérito para apurar as informações divulgadas por Sérgio contra Jair. A verdade é que essa história não termina por aqui e ainda tem muito por vir.
Coronavírus no Brasil
O país conta com 61.888 casos de Covid-19 e 4.205 óbitos causados pelo vírus. As informações são do dia 26 de abril, às 20h55. O Brasil registrou em 7 dias mais de 1.070 mortes, sendo que, em São Paulo já foram registrados 1.700 mortes.
Nos últimos dias, a adesão ao isolamento social tem caído drasticamente e uma volta na cidade é possível perceber essa afirmação. Pessoas nas ruas, comércios funcionando de maneira ilegal e aglomerações em centros urbanos.
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou no dia 17 de abril uma prorrogação da quarentena no estado, aumentando para o dia 10 de maio. A medida foi tomada para que a curva de contaminação se estabilize e que o sistema de saúde não entre em colapso.
Alguns estados, como o Rio de Janeiro e São Paulo, estão perto da capacidade máxima de ocupação dos leitos. Nem os hospitais de campanha estão sendo suficientes. Em alguns casos, mesmo prontos, esses locais não têm aparelhos ou profissionais que possam atender a demanda.
Com a falta de leito, o número de óbitos aumenta a cada dia. Em algumas cidades os necrotérios estão superlotados e os serviços de funerárias não estão mais recebendo pedidos para novos serviços.
Enquanto isso, como mencionado acima, Bolsonaro segue negando os casos do vírus no país. Ele incita manifestações, provoca governadores e prefeitos que aderem ao isolamento social e participa de passeatas a seu favor, que pedem pela volta dos militares ao poder. Um insulto aos mortos!
Situação mundial
Um estudo da Universidade Johns Hopkins, que monitora os números de Covid-19, mostrou que no último dia 13 de abril o mundo atingiu a marca de 1,92 milhão de infectados. De acordo com os dados, o número de pessoas atingidas ao redor do mundo quase dobrou um uma única semana.
No dia 02 de abril foi registrado 1 milhão de casos ao redor do mundo e no dia 13 quase 2 milhões de doentes. Os últimos dados revelam que já existem mais de 2,8 milhões de casos confirmados ao redor do mundo. As mortes já superam os 200 mil.
Os EUA ocupa a posição de país mais afetado pelo coronavírus. Segundo informações do dia 25 de abril, o país somava 924 mil casos. Seguindo o ranking, a Espanha vem em segundo lugar com 223,7 mil casos confirmados, a Itália com 195 mil pacientes, a França com 159 mil infectados e o Reino Unido com 149,5 mil casos.
Apesar das medidas de isolamento implantadas nesses países, os casos continuam a aumentar. Entretanto, alguns governos já começam a se questionar a respeito da saída da quarentena. A Alemanha é o primeiro país a declarar o fim do confinamento.
O país, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), está se preparando para construir leitos adicionais na cidade de Berlim, caso os índices do vírus voltem a crescer.
A OMS está montando estratégias para implantar nos países no fim da pandemia. O documento irá exigir alguns pontos para que os países saiam do isolamento social de forma segura e garanta a saúde de todos.
Medicamentos e vacinas
A boa notícia é que nas últimas semanas foi anunciado um medicamento que é capaz de reduzir em até 94% a carga viral do coronavírus em até 48h. A descoberta foi realizada por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energias e Materiais (CNPEM), em Campinas.
O anúncio foi realizado pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, no dia 15 de abril. O próximo passo é começar a testar o medicamento em pacientes de Covid-19 para analisar os efeitos. Eles preveem que os resultados saiam até a metade do mês de maio.
O remédio teve um desempenho muito parecido com a Cloroquina, entretanto os médicos preferiram não divulgar o nome do remédio até todos os testes serem realizados. O objetivo é verificar se os benefícios alcançados com o medicamento terá o mesmo desempenho quando testado em humanos.
O ministro Marcos Pontes também afirmou que além do bom desempenho do medicamento, ele possui um custo acessível, é de fácil distribuição e o seu consumo não gera efeitos colaterais graves.
Os pesquisadores do CNPEM afirmaram que para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizada alta tecnologia, como biologia molecular e estrutural, computação científica, quimioinformática e inteligência artificial.
De início, o levantamento apontou seis compostos que poderiam ter um resultado positivo em relação ao vírus. Após esse resultado, os compostos foram para testes in vitro com células infectadas e daí, apenas dois tiveram um bom desempenho e por fim, chegaram ao medicamento que ofereceu 94% de eficácia.
Quanto às outras vacinas para o Covid-19, apesar do avanço nas pesquisas e dos resultados obtidos até então, o processo para pesquisas, testes e regularização levam de 12 a 18 meses. Isso sem contar o tempo para fabricação em massa e distribuição para os países afetados.
Entretanto …
A OMS reuniu alguns líderes globais na última semana para lançar uma cooperação mundial para desenvolver uma vacina e alguns tratamentos contra o Covid-19. O intuito da ação é acelerar o desenvolvimento, a produção e a distribuição dos medicamentos para combater o coronavírus.
Mas, o Brasil não fará parte da nova aliança internacional, que terá acesso à vacina contra o Covid-19. Confira:
Fontes: Terra | Correio Popular | Correio Popular | Veja | G1 | Veja | G1 | G1 | Uol Notícias | G1
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