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Foto do escritorpor Rica Inocente

Você conhece o Trap?

Atualizado: 15 de jun. de 2020

Subgênero do hip hop é uma das vertentes musicais que mais ganham espaço no mundo fonográfico

(Foto: Unsplash)
(Foto: Unsplash)

O mundo da música é o ambiente mais versátil que já foi apresentado ao ser humano. Diariamente é possível conhecer novas batidas, letras ou melodias. Artistas de várias vertentes se beneficiam do gosto pela música e isso leva a mensagem de como a cultura é importante para a sociedade.


O ritmo do momento, que vem se destacando entre os adoradores de música é o Trap. Para quem não está familiarizado é só jogar o termo no Spotify ou até mesmo no Youtube, que vão aparecer diversas músicas e playlists sobre o gênero.

De maneira superficial, o Trap é a mistura de três ritmos musicais, o rap, a música eletrônica e barulhos repetitivos. O som é mais agressivo e também mais dançante, diferente do seu “pai”, o rap.


De onde vem?

Apesar de parecer relativamente novo no mercado musical, o Trap tem uma história por traz da sua existência. Tudo começou no início dos anos 2000, em Atlanta,na Geórgia.


A música surgiu em meio a uma realidade já conhecido por muitos ritmos. O estado era campeão em desigualdade econômica nos EUA, havia muitos bairros pobres, com grande parte da população nas prisões e também altas índices de tráfico.


Localizado em um ponto estratégico para a distribuição de droga, a fronteira com o México, a cidade se tornou um marco na rota dos narcóticos do país. Nesse meio caótico, o subgênero do hip hop ganhou popularidade com os DJs e os “trapers”, que ao som ritmado das batidas eletrizantes, contavam sobre a rotina dos bairros onde cresciam.

Grande parte dos artistas que aderiram ao ritmo falavam da sua vida pessoal e do que viam ao longo das suas trajetórias nas periferias da cidade. Como coincidência, o nome do ritmo, Trap, é um gíria utilizada para falar sobre pontos de venda de drogas.


No sentido literal, significa armadilha, um local com entrada e nenhuma saída. Mas diferente do termo, os rappers deste meio acharam uma saída para a situação. A popularidade do ritmo trouxe reconhecimento para esses cantores, que logo subiram na vida.


Mas como surgiu?

A vertente é como se fosse um filho mais novo do rap e do hip hop. As letras da música falam basicamente sobre os mesmos temas que os outros dois ritmos, mas, como dito anteriormente, é uma melodia mais agressiva.


Se aproveitando do significado da palavra e a junção do ritmo marcante, a vertente começou com o objetivo de abordar temas relativamente esquecidos pela mídia por serem polêmicos aos olhos do público em geral.


O gênero foi se popularizando aos poucos e ganhando novos temas, como a vida de luxo e o dinheiro que os artistas ganham com isso e, ganhou a preferência de artistas já conhecidos, como Rihanna, Drake e outros músicas da cena do hip hop e rap.


O Brasil também tem a sua vez

O ritmo chegou aqui no Brasil por volta de 2012, 2013 e não demorou muito para ganhar o gosto dos jovens brasileiros. A vertente começou a ser produzida por Djs e produtores de Guarulhos, na Grande São Paulo.


Pela versatilidade da produção, que era facilmente reproduzida por aplicativos de celulares e computadores, em pouco tempo vários estúdios improvisados surgiram pelas cidades de São Paulo e o gênero começou a se popularizar entre os jovens de periferia.

Entre os motivos da sua disseminação, os jovens viram no ritmo um visual empoderador do negro na sociedade, dando voz e um estilo a essa população que muitas vezes é marginalizado pela sociedade.


As tatuagens, roupas de grife e joias chamativas também são um incentivo. Os vídeos e os shows são o farol desses artistas, que usam e abusam dessas características para montar o seu perfil e conquistar os seus fãs.


Estilo de vida

Além do gosto pelas batidas, os seguidores desse segmento também incorporam o estilo. O trap se tornou mais do que um gênero musical, é um estilo de vida. E um muito bem desempenhado.


Plataformas de músicas e vídeos, como o Spotify e o Youtube registraram um aumento significante pela busca dessa vertente em suas pesquisas. De 2016 a 2019, o serviço de Streaming digital (Spotify) percebeu um aumento de 50% de consumo da música.


No Youtube, um exemplo dessa popularidade foi os mais de 80 milhões de acessos ao vídeo Plaqtudum, do coletivo Recayd Mob. E isso faz parte do estilo de vida, é só olhar os vídeos e os jovens nas ruas, são os mesmos perfis.

E por que não iriam incorporar? Jovens de comunidades carentes, com vidas humildes, se mostrando bens de vida e conquistando todos os seus desejos. Isso é o sonho de qualquer um e é isso que o Trap no Brasil está mostrando.


Ele traz oportunidades de fama e sucesso para esses artistas e os números e interesses do público mostra o quanto devem investir nesse ramo. O fácil acesso a produção também é outro incentivo para esses músicos.

O investimento não é alto, mas o desempenho é necessário. Muitos trapers começam a produzir do próprio quarto, em cima de beats já conhecidos e desenvolvem novas melodias e criar o próprio som.


Apesar do preconceito de alguns artistas da cena do hip hop e do rap, o trap ganhou o respeito do público e também a representatividade do dia a dia que os outros dois gêneros representavam.


A jovialidade e flexibilidade do som também permite a miscigenação com outros ritmos, como o funk. E os fãs gostam, apoiam essa mistura. Dois gêneros musicais que gostam de ostentar o melhor da vida e mostrar o progresso dos artistas. O que seria melhor?


Quer conhecer mais sobre o gênero? Dá uma olhada nessa playlist:

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